segunda-feira, junho 30, 2014

O MEU PORTA - VOZ POLÍTICO


As  Democracias representativas, hoje refém dos burrocratas, na sua maioria venais, éticamente inconscientes, essencialmente narcísicos, só se representam perante si e para si. Uma gigantesca e Global Corporação replicada ad nauseam em todas as paragens do planeta onde assentou arraiais.

Embalados pela falsa consciência, chamam - na Liberdade, com que exercem a sua locomoção, a voz e os neurónios, os povos  sonâmbulos sempre deixaram o seu destino nas suas mãos, em troco de uma paz podre, mesquinha e miserável. Mais vale ser carneiro conhecedor da narrativa medíocre e do matadouro antecipado em contemplação das lutas pela Liberdade que os Outros travam na sua dignidade de homens, do que cumprir a sua.

Por outras palavras, talvez menos ferozes, Marinho Pinto, na sua entrevista ao jornal " I " do fim-de-semana, diz - nos, lembra - nos, que a reforma a fazer nessa Democracia terá de começar por uma resistência feroz e desmascarante à casta criminosa de Homens que hoje detêm a capacidade de moldar o nosso futuro, o futuro das novas gerações.
Já não é só a resistência gerontocrática que está em causa em natural impedância; o mais grave, a persistir, é a hipnótica incapacidade da geração captiva de hoje, de reagir, com brutalidade se tiver de ser, à narrativa, dentro do bisonho quadro imposto, que lhes é apresentada como terminal e definitiva.

Contra o acanalhamento dessa missão, assim, sem aspas, que a Política transporta, a violência democrática tem de ser um dever, do qual a Burrocracia nunca faz questão de nos lembrar. Esgota - a e enquadra - a no esvaziamento catártico das eleições quadrianuais e no auto- controlo chantagista das manifestações aceites como genuínamente democráticas.
A Liberdade, um Bem superior à Democracia representativa, tem um preço moral que as falsas consciências criadas pela corrupção do regime, tem conseguido mascarar, com sucesso, nas democracias ocidentais.

A normalidade com que a repugnância instintiva ( os idiotas úteis chamam - na ressentimento social...) nos deveria assaltar na consciência clara e objectiva de que, como nos lembra o texto - Um autocarro chamado vergonha - de Eduardo Vaz Ferreira, no último Expresso, -.  85 pessoas possuem o mesmo montante de riqueza que a metade da população global, DEVERIA DIZER, ao mais desatento e empedernido cretino que ISTO, que é o sistema que o inventou e torna possível, ESTÁ ERRADO.

Marinho Pinto é um político decente. Já o sabia e a cada intervenção sua sinto que merece a confiança dos seus votantes.
Um conselho - NUNCA negocie valores, os seus valores. Foi o que reconhecemos em si.