sexta-feira, dezembro 29, 2006

Adeus 2006 !

Não deixarás saudades como todos os outros que te precederam.

A única genuína felicidade este ano tive-a com o nascimento da minha neta e com a minha determinação na minha evolução espiritual, que não religiosa, claro e definitivamente, quanto mais não seja por uma questão de rebeldia de carácter e aversão à moda e ao políticamente correcto como soe dizer-se nos conformistas dias de hoje.

Passou-se meis um ano e como tem sido norma nas últimas décadas, os problemas adensam-se sem que a Humanidade no seu todo, com os diagnósticos perfeitamente identificados, lhes consiga pôr termo ou pelo menos amenizar os contornos.

No plano interno, a moralização do Estado tem caminhado a par de uma tentativa séria de amadurecimento de uma sociedade infantil que vive o presente alegremente ( a lamúria funciona como contrapeso psicológico ao sentimento de culpa ) e para a qual o futuro é uma incógnita, a desprezar portanto, e não uma projecção do presente sem a qual o próprio presente não faz sentido, como não faz. Vivemos à deriva e fingimo-nos preocupados com o futuro dos nossos filhos sem que sejamos capazes de VOLUNTÁRIAMENTE fazer algum sacrifício para lhes deixar um mundo melhor e mais DECENTE.

O ter, o efémero, o deslumbramento, a satisfação imediata e o enfado subsequente do infantilismo narcísico - indução de baixa potência, como já foi chamado, só poderá criar uma sociedade de débeis mentais, infelizmente.
Essa mudança de mentalidade que urge provocar, tem sido, voluntária ou inconscientemente, a política deste governo e ainda bem.
Que tenha sucesso são os meus votos para 2007.

No resto do mundo, pela volatibilidade própria dos relacionamentos tão próximos e tão distantes de culturas e regimes políticos tão cronológicamente desfasados num ambiente de resistência à uniformização aos ditames do mundo Ocidental ( à autofagia do capitalismo só lhe valerá a conquista de novos consumodores e novas necessidades ) será difícil antever até onde vai a estupidez humana.

A História, por vezes, é feita pelos grandes Homens que o seu próprio determinismo acaba por moldar. Tenhamos esperança de que o novo milénio esteja a moldar uma nova safra de dirigentes e de um novo Homem, racionalmente solidário, culturalmente sábio, pacificamente forte, intolerantemente agressivo à pobreza planetária, ecológicamente paranóico e alegremente aberto à diversidade biológica do planeta que ocupa com as outras espécies.
E não acabo sem uma secreta esperança: a de que esses homens novos, de Leste a Oeste, de Norte a Sul aprendam de uma vez por todas que a imposição do tecto super estrutural do desenvolvimento económico - a Democracia - como causa e não como efeito só poderá ter um efeito. Basta ver a História deste século.

E BOM ANO PARA TODOS, da amiba ao Sapiens !

terça-feira, dezembro 26, 2006

Da visão dos outros sobre as nossas paixões...

" Os adeptos estão - se nas tintas para quem é o dono do clube. Tudo o que lhes interessa é o desempenho da equipa. E isso é assim no Japão, na Correia, na Argentina, na Colômbia, em África, por toda a parte. " - Pini Zahavi - super agente para o futebol


Pois é... É esssa convicção sobre o nível da baixeza das nossas pulsões e da nossa acrisolada paixão pela bola que faz com que o futebol esteja a ser medido pela bitola dos conceitos morais dessa gente como o Zahavi. Essa nova escravatura paga por ordenados estratosféricos está a matar o " ESPÍRITO " do desporto em geral e do futebol em particular, onde já quase não pontua o amor pela camisola que dantes marcava os clubes e a sua relação com os adeptos.

É claro que os espectáculo em si evoluíu e a competitividade também, a par da violência, do dinheiro sujo e de uma corja de tubarões e lacaios, das Federações às Direcções dos clubes. Negócio monumental associado a uma massa acrítica, planetária de cuja acefalia a Política também quer tirar o proveito.
Aos poucos porém alguém deserta e denuncia o regabofe imoral e obsceno da entrada do capitalismo selvagem no meio. É a vida - dirão alguns e pouco ou nada poderão os Estados fazer para modificar as coisas.


A Bola já não é dos adeptos? É claro que se quisessem os clubes voltariam a pertencer-lhes e aos sócios. Veremos quando...

O fedor esse está a tornar-se INSUPORTÁVEL

domingo, dezembro 24, 2006

PERPLEXIDADES

Sejamos honestos!

Nós não podemos ser contra o Comunismo e exigir as condições que só um Estado com esse regime pode proporcionar. se votamos na Direita ou na Social Democracia, digo socialismo, para nos governar no contexto de um regime que é do nosso agrado maioritáriamente - o Capitalismo - temos de ser coerentes, no mínimo e aceitar as regras que a adesão implica, ou não?

É que no sistema capitalista o mercado é rei e senhor e mandam as leis que os partidos nos quais votámos fazem aprovar no Parlamento.
Essa confusão em exigir de um Governo social democrata que nos governe com pressupostos comunistas já enjoa.

Saúde gratuita, escolas gratuitas, transportes gratuitos ou subsidiados, emprego universal, já não existem em parte algum do planeta por uma razão muito simples. NINGUÉM está disposto a pagar por isso, NINGUÉM quer ser governado por um estado totalitário que IMPONHA essas condições sociais.

TODA A GENTE quer ser livre para sofrer, lamentar-se, dar coices, dizer mal, estupidificar-se, asnear, choramingar, reclamar dos outros sobre o seu destino miserável de ser LIVRE e não saber o que fazer com a sua liberdade a não ser ISSO.

Eu cá por mim, individualista convicto e céptico qb da nossa capacidade racional de o ser, gostaria mesmo assim que TODA A GENTE soubesse que o verdadeiro significado da LIBERDADE que tanto veneramos sem lhe conhecer o alcance e o merecimento, implica a responsabilidade pessoal de ser CIDADÃO, ou seja contribuir pela melhoria da minha condição pessoal e a dos outros.

Terá de ser essa a atitude do homem democrata e civilizado e o sentido que o voto TEM de transportar, porque essas foram as regras que criámos para o nosso relacionamento como sociedade civilizada.Caso contrário vivemos numa gigantesca FRAUDE e convém reflectir sobre isso e não sobre a capacidade que os OUTROS têm de governar a NOSSA vida e já agora a nossa inteligência.


BOM NATAL para todos e que o novo Ano traga alguma espiritualidade à secura do nosso tão decantado materialismo