sábado, setembro 17, 2005

KATRINA--e o NEO-ILUMINISMO

O sociólogo americano Alan Wolfe escreveu, num artigo intitulado " O Estado é a civilização",entre outras coisas que" o terramoto que assolou Lisboa em 1755 foi um dos factos que conduziram ao Iluminismo: na medida em que um Deus bom não poderia ter matado tantos inocentes, os filósofos começaram a dizer que os homens eram eles próprios responsáveis pelo Bem e pelo Mal.

Ele não sabe e eu também não se as devastações provocadas por Katrina poderão vir a ter as mesmas consequências no que ao reforço da culpabilidade do Homem diz respeito. Mas de uma coisa estou certo: a História não acabou com o liberalismo e a cavalgada insane do capitalismo vitorioso. A ponderação sobre o que fazer na barricada triunfante está aí...
QUAL O PAPEL DO ESTADO NA SOCIEDADE? Outra ponderação era possível. Qual é o papel do estado numa democracia neoliberal, globalizada e globalizante? É claro que esta última questão levanta muitas outras,a começar pelo sentido da Democracia no nosso tempo: a discussão, a decisão, a implementação urgente que o Mundo precisa nestes tempos de penúria moral e económica não se compadece com academismos infindáveis.

A decisão será política e a sede da reflexão global só poderá ser a ONU no pressuposto das reformas que tanto se apregoa serem inadiáveis.
Que a reflexão pós-Katrina que comneçou no mais improvável precursor seja um rastilho e uma credibilização da urgência de arrepiar caminho à febre privatizante que invadiu as sociedades modernas, decepando o Estado dos meios próprios de valer aos seus criadores.

A França e a Espanha têm sabido estabelecer os limites aos predadores que à boleia de " leis do mercado" têm deitado mão a sectores estratégicos de economias nacionais, adulterando os seus fins últimos.

"O poder do ESTADO é a garantia de uma nação civilizada" diz-nos o sociólogo não comunista. O bom Estado não será seguramente um poder contemplativo e impotente e um parceiro de negociatas. O sentido da sua criação foi OUTRO. REDESCUBRAMO-LO antes de sermos levados na torrente de novas Katrinas.
KATRINA---the day after

O balanço provisório das consequências da passagem de KATRINA pelo território dos USA está já a ser feito pelos habitantes desse grande País.

O que fica, para além da devastação física é o torvelinho das emoções e perplexidades que espero tenha atingido os que alarve e contumazmente defenderam até à náusea o indefensável paroxismo bélico,anti-social e criminoso da Administração BUSH.

O que fica é a realidade de uma Nação adulta que via o Estado como O inimigo, tendo-lhe tirado quase todas as possibilidades financeiras de agir socialmente junto da sua população de milhões de almas em pobreza extrema.

O que fica é a realidade de uma Nação adulta ter eleito para seu dirigente máximo uma figura, cujo fácies demonstrava à saciedade a sua imaturidade intelectual e debilidade de carácter.

O que fica é a desumanidade obscena que sempre caracterizou a Administração no poder perante a dor, o sofrimento, a vida.

O que fica é uma necessidade urgente de uma nova formulação democrática nesse grande Pais, de uma outra visão para dentro e para o exterior, de uma GRANDE INTROSPECÇÃO.

quarta-feira, setembro 14, 2005


Nova!!!? Nunca ouviste falar da posição de missionário?

domingo, setembro 11, 2005

KATRINA III

Está tudo dito? Não o creio. A vassourada impiedosa da Dona Katrina pôs a nú, pela sua energia física e mediática impossível de esconder, uma realidade americana que os "informados" já sabiam, como o diz H. Monteiro, mas que NUNCA denunciaram, NUNCA criticaram, NUNCA trouxeram ao conhecimento dos ignorantes, pelo menos da maneira tão transparente como Katrina o fez.

Também passa por aì a hipocrisia dos que verberam os criticos do Império, escondendo o conhecimento das implicações naturais que uma sociedade como a americana acaba sempre por gerar: um fosso colossal entre os ricos e os pobres, que por acaso são negros.
Mas atenção, que nesse fosso também cabem os brancos,que nestas coisas "as leis do mercado" a cor da pele é um acidente que não destrói a regra, pelo menos nos States.

O que está em causa não é a comparação das tragédias, quase sempre conotadas com o terceiro-mundo, mas a redescoberta do terceiro-mundo na Nação mais rica e poderosa do mundo e a talhe de foice o branqueamento insidioso que os fundamentalistas pró-USA têm levado a cabo nas últimas décadas, quer por parte dos pró-democratas ou pró-republicanos.

Quando um Estado se demite de cuidar dos seus cidadãos, (AH!... mas há a liberdade... e a possibilidade de alguns negros ricos (ALELUIA) atingirem um alto posto de Administração) a pergunta que se impõe é cristalina: para que serve esse Estado? A quem serve esta Estado? Quem se serve deste Estado?
!OI LAMPIÕES


COMECÁMOS MUITO MAL A ÉPOCA. LEMBRO-ME QUE HÁ UM ANO, NA PRÉ ÉPOCA, DEPOIS DE TERMOS PERDIDO A SUPERTAÇA COM OS TRIPEIROS E FALHADA A PARTICIPAÇÃO NA EUROPA COM A DERROTA COM O ANDERLECHT, AVISEI PARA UMA ÉPOCA DE DESILUSÕES. E FORAM MUITAS, MAS NO FIM AS COISAS MELHORARAM.

DIRIA, COMO O FAZ VEIGA, QUE AS CONTAS SÓ SE FARÃO NO FIM DA ÉPOCA. MAS QUE A DERROTA COM OS LAGARTOS E COM OS TRIPEIROS ME DÃO SEMPRE UMA GRANDE AZIA É VERDADE.

ENFIM, CORAÇÕES AO ALTO QUE A LIGA AINDA VAI NO ADRO. PODE SER QUE KOEMAN ACABE COM AS EXPERIÊNCIAS DE PRÉ-ÉPOCA E APRESENTE UMA EQUIPA GANHADORA...