quinta-feira, novembro 26, 2015

CAVACO E COSTA

DE COSTAS VOLTADAS



SURREAL, no mínimo, a situação vivida pelos portugueses hoje ao ouvir os discursos da tonada de posse do novo governo, emitidos pelo presidente da República cessante e pelo P.Ministro a ser empossado formalmente no cargo.

A bravata, deslocada no tempo e no espaço de Cavaco Silva foi um sinal de impotência e de azia incontida contra uma solução governamental a qual NADA pode fazer no sentido de a obstaculizar; no mínimo, vai - lhe atirando pedras enquanto ocupar Belém e, a abrir, não escondeu a frustração de voltar a dar posse a um governo socialista.

De seu a seu dono, o cidadão Aníbal teve de engolir um sapo que lhe ficará atravessado nos seus Roteiros Presidenciais.

A. Costa relembrou ao seu empossante que o Governo responde POLÍTICAMENTE, perante a Assembleia da República e não precisou de responder às considerações deselegantes, no mínimo, sobre o seu programa económico.

Eu bem dizia que vinham aí tempos interessantes...

terça-feira, novembro 24, 2015

A INEVITABILIDADE...

... SEM SOLIDARIEDADE INSTITUCIONAL


António Costa, o líder do partido Socialista foi, finalmente, indigitado para formar o próximo governo do país.


Aníbal Cavaco Silva, o presidente em exercício tentou tudo o que pôde para manter a Coligação de Direita no poder, mesmo na débil posição política de um governo de gestão a que foi remetida pela Assembleia da República. E fê - lo através das tentativas sucessivas de fragilização do acordo parlamentar negociado na Esquerda portuguesa entre o P.S., o P.C.P. e o Bloco de Esquerda.

Nos tempos que correm, os partidos socialistas europeus, embalados pelo discurso liberal e orçamentista do Partido Europeu, maioritário nas instâncias políticas da U.E., foram perdendo o que os distinguia programáticamente da Direita e, " obrigados " a lutar pelo Centrão político, abandonaram o espaço da Oposição aos, hoje atirados pela nomenclatura vigente a uma " radicalidade " que só a radicalização direitista admite o contraponto conceptual.

Não é de admirar, portanto, que os partidos que se situavam à esquerda dos P.Socialistas e que hoje reivindicam eleitoralmente o espaço vazio abandonado da sustentação de um estado Social inconformista com a acentuação das desigualdades sociais e de rendimento, leve o rótulo de radicalismo.
Foi com esta postura da sua família política que o pres. Cavaco Silva se opôs, procastinando, ao que, na Assembleia da República se decidiu, em sucessivas audições das " forças económicas e corporativas " no que já foi classificado por J.Pacheco Pereira, de um arremedo da Câmara Corporativa de má memória do Estado Novo salazarista. Curiosamente, o Conselho do Estado não foi tido nem achado nestas audições.

Finalmente, creio eu, abandonando, talvez inconscientemente, o Maquiavel dos meios aéticos do " Príncipe " se tenha aconselhado com o dos " Discursos ", já que prevaleceu o desiderato tido por justo ( ou será o inevitável... ) e democráticamente incontornável em democracias sem príncipes.
No entanto, antes de encerar as cortinas ainda houve tempo e espaço para pedidos de esclarecimentos, totalmente inviezados pelo que a Constituição outorga À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.

Freitas do Amaral decifra, numa frase lapidar, as motivações " virtuosas " contidas na resistência a um governo de Esquerda - Quer salvar a face!
ISSO tem um nome...