sábado, agosto 24, 2013

CÚMPLICES ?

Há um espaço " delicioso " na Revista do " Expresso " com o nome de CÚMPLICES  onde a jornalista Ana Soromenho senta duas personalidades numa conversa descontraída rememorando cumplicidades que partilharam em determinadas fases das suas vidas, em contactos que ocasionais e eventualmente não repetidos, os aproximaram.

Sim, HOUVE e HÁ cumplicidade entre Kalaf e Farto como se sente entre Markl e Diogo Morgado e também uma empatia entre Catarina e Nelson e Dulce Cardoso e Rita Blanco e não houve de todo entre Júlio Pomar e Vasco Graça Moura assim como, na última entrevista entre Aldina Duarte e Olga Roriz.

" Se há sofrimento que possa fazer sentido é precisamente o que advém dessa capacidade " - a de pensar, diz Aldina e pelo resto da entrevista permito - me inferir..., não como consequência biológica da racionalidade ( imposta pela existência de um cérebro fisiológicamente sadio... ) mas como instrumento de reflexão.
" O meu pensamento está todo virado para o trabalho. Para me descobrir, avançar e ter a sensação de que nunca alcanço. O meu sofrimento é esse. " - Olga Roriz

As categorias intelectuais que preconceituosamente se atribuem aos géneros têm dessas coisas; por um lado, temos uma sentimental que aplica ao relacionamento humano a sua capacidade reflexiva relevando - o como uma troca de experiências e por outro uma positivista com uma relação prática com o Todo e a sua valoração como enriquecimento de si onde a instrumentalização é a chave.

Duas personalidades que NADA, além do breve contacto " interesseiro " e profissional juntou e voltou a juntar agora, a não ser a lei física de atracção de contrários, em caso de atracção mútua, justifica a existência de qualquer rasto de cumplicidades a não ser o reconhecimento intelectual das valências de uma e outra nas suas actividades profissionais.
É que a cumplicidade requer EMPATIA que só outro tipo de aproximações que não o reconhecimento do Outro como bom Doer, satisfaz. 
Foi o que não acontece, não aconteceu e dificilmente acontecerá nos outros exemplos citados.

E então? Então, nada... 
Coisas do Estio, não liguem...

sexta-feira, agosto 23, 2013

PAUSA HIGIÉNICA

É verdade, de vez em quando torna - se preciso...,por uma questão de sanidade mental.

A pressão e o rosto dos acontecimentos, com o sapiens na sua origem e fim, sobre as minhas idiossincracias deixa - me de rastos e , das duas uma; ou, como tento fazer normalmente, bloqueio a indignação moral e atenho - me à racionalidade analítica dos factos, ( impossível rebatê -los ou disfarçá - los em perspectivas... ) ou cedo à irreversibilidade da danificação da espécie e tudo se transforma, para meu eventual alívio, numa tragicomédia dantesca e patética de traições.

Como não me é possível, intelectualmente claro, aceitar essa abjecção acabo sempre por regressar à primeira forma, esgotado o cansaço quixotesco.

Felizmente há luar...