domingo, setembro 25, 2016

JORNALISMO...

... OU MANIPULAÇÃO?

INFERIÇÕES TARDIAS

A densificação do filtro analítico permite - nos distinguir a diletância dondoca, o snobismo intelectualizado, o vazio de convicções, o balanceamento pragmático no vazio ideológico, o modismo de conveniência e a visão estereotipada e pessoalizante da Política nos seus sujeitos de passagem por sobre a substância das Ideias e dos seus valores tendencialmente universalizantes num projecto que se vai sedimentando pelos séculos - o Bem Estar Colectivo, a Utopia, uma perjoração para os cínicos e cépticos e um alvo para os outros.


A política " passista " em Portugal, com o dedo, a mão e toda a matrix do sistema capitalista na sua faceta globalizada de predação financeira a gerir o seu modus operandi já foi sucintamente desmascarada nas suas premissas e nas suas consequências, altamente penalizadoras, e últimamente, foi dada a conhecer numa linguagem que se tem por irredutível, como um clamoroso falhanço no projectado e ou um sucesso, na intencionalidade.
É evidente que, expressa ou em anuência silenciosa, os defensores daquela política mantêm o mesmo estado de espírito que acompanhou o desenvolvimento do assalto ao país, ao seu património e à sua população em geral.
Hoje, com a deslocação da austeridade, assim se titulou a operação, das classes de menor rendimento ( a viver acima das suas possibilidades, Passos dixit,..) para as classes mais desafogadas em termos financeiros, e a propósito de uma colateralidade comunicacional introduzida por uma deputada do Bloco de Esquerda, de seu nome Mariana Mortágua, hoje na mira do regime através dos seus clowns, na projecção de uma possibilidade em estudo, de um imposto sobre patrimónios imobiliários de topo, rasgaram - se as vestes e através do manto espesso da hipocrisia escondida com o rabo de fora, vislumbrámos a face do embuste da independência ( em relação a quê, exactamente? ) nos alertas ao bolchevismo e ao ódio de classe(!!!!???)

ÓDIO DE CLASSE?

Esta é a cara do ódio de classe?

OU SERÁ ESTA?...


NÃO?
PORVENTURA ESTA?


O choque que as declarações de Mariana Mortágua provocaram nas esclarecidas, confortáveis e instaladas cabeças do regime que, ocasionalmente, independentam melancólicas diatribes à selvática predação capitalista, (selvagem na sua representação histórica, temporal, como na matrix identificadora da sua praxis) desmascararam a não -intencionalidade, portanto, a falsidade dessa crítica, em contraste com a assertividade pró - activa de quem não se quer ficar pela contemplação auto - piedosa e penitencial.

Toda a gente percebeu as palavras e o alcance visado pela deputada, quase toda a crítica fingiu não perceber, numa abusiva, melhor, deliberada inferição carregada de intenção manipulatória.
A irredutibilidade ideológica mascarada de independência de Pensamento espelhada no panorama mediático atira - nos a uma interrogação, para mim perturbadora.

 Seremos assim tão estúpidos e ignorantes alvos a quem o desplante cínico permite sermos assim tratados?

P.S. NÃO HAVIA NECESSIDADE, MAS...
... ainda não tinha, antes de escrever este post, lido Daniel de Oliveira e foi - me grato constatar que não estou sózinho.