terça-feira, junho 25, 2013

A DEMOCRACIA INTERROGADA

COMO FOI POSSÍVEL?

Como foi possível a substituição do anterior Executivo liderado por Sócrates, por ISTO, por este Comité de Falência'
Como foi possível, à Fenprof, à CGTP, ao PCP e ao Bloco terem substituído o outro governo, ao não terem aprovado o PEC4 e não terem estimado políticamente o eventual, na sua errática e dogmática avaliação, mal menor, do regate e da receita do FMI, do BCE e da Comissão europeia? Incompetência política?

É - me impossível a desvalorização desse " jogo democrático " e dos seus intérpretes na regressão previsível que Passos Coelho, estribado no seu fantástico curriculum de gestor, iria protagonizar e a acéfala demolição programada do que do melhor tinha sido feito em Portugal a nível educativo, social, investigação científica, combate à pobreza e de saúde pública.

Dando de barato que é de todo impossível, para o cidadão comum, o escrutínio da governação como um todo harmónico conduzido por uma estratégia ( de bem-comum, ou não serve para NADA, senão estorvar... ) e que a visão da podridão ética de alguns dos seus elementos acabe por caracterizar o todo, é inaceitável que as estruturas oposicionistas de esquerda, por puro oportunismo político e dogmatismo partidário pontuem as políticas nacionais com barbaridades tácticas como o foi a criação de uma união nacional com o Bloco e o PCP a sustentarem a mais violenta oposição feita a um chefe de governo socialista levando o País ao resgate pela troika.

Observando o que se passou na Turquia e hoje no Brasil, interrogo - me que se a opinião pública em Portugal não estivesse, por sua vez, tão enquadrada, arregimentada e abandonada aos donos das manifestações de rua, controlando filistinamente as ondas de repúdio  a conta - gotas, segundo os seus interesses partidários, a sua função não seria mais contundente e audível do que as sazonais e previsíveis demarches da CGTP e... infinitamente mais autênticas na sua espontaneidade, como esta...




E... olhando para o PS, cujo auto - assumido direito de ser a alternativa governativa está reduzido hoje, a uma repartição de boys e de burocratas políticos e nula, em substância e rasgo político e acutilâncias programáticas, em compasso gelatinoso e papagueante, enquanto a outra repartição do arco - governativo lhe vai aplanando o serviço que a sua cobardia política actual agradece, temo que a regressão veio para ficar e o pântano visado por Guterres se vai tornando mais fétido.

A ambivalência com que olho, hoje com mais cinismo do que nunca, sem culpa própria, para o cinismo da população votante, manifestante, xingado até ao tutano, que configura o País, magoa - me nas minhas convicções democráticas e isso chateia - me à brava e se há coisa de que não preciso do Poder é um cafuné hipócrita e manipulador.