quinta-feira, setembro 11, 2014

SETEMBRO 2001

UMA DATA PARA A HISTÓRIA

Uma data histórica que desejaríamos não mais ver repetida, que desejaríamos que tivesse mudado o relacionamento do mundo democrático, transformando - o por dentro, desalavancando a cristalização social, económica, política e financeira das democracias, dando - lhes um impulso novo no aprofundamento das suas premissas, universalizando - as com uma ética incisiva, invasiva, se necessário, no que à sua falta permitiu a sua corrupção, aproximando nações, num mundo em que as relações humanas estão a ser intermediados por instituições que se representam a si próprias.

Uma data histórica, que apesar e por causa dos contextos bélicos que se lhe seguiram na guerra global contra o Terror não tornou o mundo mais seguro e atrevo - me a afirmar, soltou o Caos, com a redução à " pré - história "  do equilíbrio, do frágil equilíbrio político - religioso que habitava e habita as terras do Médio - Oriente, sustentado pelas fortes, circunstanciais, e hoje vai - se a ver necessárias na protecção das populações, lideranças dos Gadahfis dos Sadahms, dos Sauds, dos Hassads, dos Ayatolas, dos Nataniéis, e de toda a oligarquia monárquica do Golfo Pérsico.

A diplomacia musculada, essa sustentada por um estado imperial[ista] e com a mais poderosa máquina militar do Globo não soube lidar, por arrogância, com a fragilidade do barril de pólvora, guardado com mão - de -  ferro e pegou - lhe fogo.
Os resultados, incontroláveis hoje, estão à vista. Never mind, continuaremos a bombardear... A culpa não nos deixa outra alternativa perante a chacina de inocentes.

Uma data histórica que tornou os U.S.A. uma nação paranóica, desconfiada de tudo e de todos, mesmo dos seus aliados, como a denúncia do PRISM atestou.
Uma data histórica pelas consequências inimagináveis que daí advieram, nomeadamente pela mensagem aterradora que levou aos americanos, cujo eco a eliminação temporária do líder da al - Qaeda bin - Laden, não desvaneceu., pela simples razão de que a Ideia, seja o que isso fôr na ideologia radical muçulmana, conseguiu sempre sobrepujar o desaparecimento do criador. A História das nações transborda de exemplos, uns mais dignificantes do que outros.

Quanto à Europa, viveu em guerra até meados do século passado; durante meio século soube, apesar da guerra fria, que mais não foi do que um resquício da desconfiança e suspeição seculares, construir, em Paz e colaboração inter - nações, uma época de desenvolvimento e progresso, com formidáveis conquistas sociais, científicas, agregadoras de um projecto impossível que foi a criação da U.E. de que a história bélica comum com mudanças de alianças ao sabor das marés surgia como um travão inultrapassável.

Helás, hoje... a mediocridade e o imediatismo político - eleitoral fazem o pleno do desprezo das populações em prol da abstracção institucional auto - representativa em auto - gestão burrocrática. A imagem é a do ratinho no carrocel.
Qual o denominador comum entre a Casa Europeia e os U.S.A.?

Uma data histórica, triste, selvática, hoje como ontem, para os americanos e para os homens bons de todas as paragens do planeta que sentiram, então, a agressão sobre os inocentes com a mesma desolação e pasmo.
O que é que se aprendeu com o hiper - terror que a al - Qaeda levou ao solo americano?
Quando olho para a Política das nações, a resposta surge - me, descomplicada, cristalina e hiperbólica - NADA!

COSTA / SEGURO - 3




                                                        NADA MUDOU, ENTRETANTO...

O DEBATE

UM DADO ESCLARECEDOR - Seguro não foi capaz de criticar uma única ideia ao seu contendor. Fê -lo sómente num terreno tão escorregadio e movediço, cujo controlo programático escapa a voluntarismos eleitorais - o da Dívida.
Ao incidir o foco sobre o que as circunstâncias e no reforço das resistências que o BCE e a nova Comissão ponderam sobre o assunto, Costa esvaziou o protagonismo oportunista, assim como o fez à apropriação saloia ( de chico - esperto, o saloio não tem nada a ver com isso... ) dos objectivos programáticos do PS como se de emanação própria tivessem origem.

O exagero do discurso de vitimização ,a par da colagem de etiquetas redutoras ao adversário e ao confronto cidade / campo, Lisboa / paisagem, se não se consegue colar a Costa, está a contribuir negativamente para a definição caracteriológica da actual secretário - Geral, pormenor que o seu gabinete de apoio deve ter minimizado.
Desconfio que o anexante - traidor -  com que Seguro mimoseou Costa no primeiro frente-a-frente teve um universo definido, dentro da sua lógica de angariação de apoios na provincia, a par de um pretenso deslocamento do olhar esclarecido sobre capacidades provadas.
O - Não te fica bem - reiteradamente usado como contraponto desmobilizador e critico está sub-reptíciamente na mesma linha da agenda de demolição pessoal, já que a assertividade contida de Costa nesse campo está deliberadamente a pensar na reunião do partido e na sua mobilização pós/Seguro.

De que outra maneira se explicaria, hoje, a nula interpretação contextual das posições de Seguro durante os governos Sócrates em que literalmente andou pelo campo a cacicar, a secar os apoios socialistas ao então seu secretário - Geral e a escrevinhar textos insidiosos em todo o lado sob a capa de contribuições de um cidadão que só pensava no país, blá-blá...?

António Costa pecou quando levou tempo demais a conhecer a burocrata massa jotinha do actual sec.Geral.
Deseja - se, para o bem do país, que não tenha acordado tarde.

Quanto à substância do debate, ela foi inconsequente, embora tenha lançado pistas ligeiras sobre os projectos " para a década ", para a " restauração " com a descida do IVA e sobre a união para as presidenciais.
Sinceramente, duvido das virtuosidades deste tipo de debates, para mais com maus intérpretes a intermediar e a formular questões, macaqueando - se em agressividades parolas sob o alibi de independência nas impertinências semânticas.

Não vou pedir desculpas por uma pretensa arrogância e pela snobeira elitista, lisboeta e sei lá que mais, mas se voltarmos ( os eleitores, claro... ) a asnear, escolhendo Seguro ( o insulto só o será se isso acontecer...), bem...

quarta-feira, setembro 10, 2014

COSTA / SEGURO - [2]

O DEBATE

HMMMMM!

SEGURO atacou forte e feio, como se esperava e como se esperava fê - lo com ataques ao carácter ( sim, pode - se e deve - se falar de traições em política, o que não passa de uma  redundância infantil que nem merece ser exemplificado, nomeadamente visando o  acusador..., adiante ) e, céus, pegando na deixa de João Soares sobre o  elitismo lisboeta sobre o deslumbramento saloio, quis, opondo a cidade ao campo, apresentar Costa como um arrogante fidalgo a querer roubar o trabalho honesto do provinciano, o MESMO DO COSTUME, perpassou, em vitimização crescente, no seu ataque.

Como se esperava, Costa nunca apareceu como challenger, nem precisou já que Seguro assumiu esse papel. A frustação e um sentimento de injustiça eram - lhe patentes, o que só o menorizou frente a um discurso  sereno de mobilização por parte de Costa.

Política? O país? Talvez hoje se esbocem pistas que permitam perceber nas entrelinhas , democrática e honestamente impossível ser doutra maneira,  JÁ !  o que se projecta, por parte de António Costa para o desafio das legislativas e, mais importante para a mobilização anti - coligação da Direita.
Seguro já teve tempo mais do que suficiente para se perceber que é mais do mesmo - burocracia mental. 

terça-feira, setembro 09, 2014

COSTA / SEGURO

O DEBATE

Francamente as minhas expectativas não são muito elevadas sobre o primeiro debate público televisionado dos dois candidatos do P.S. à liderança do partido, melhor, dos candidatos ao expectável cargo de primeiro-ministro do país, CASO a coligação perca as eleições legislativas que aí vêm..

Vai ser interessante reparar que o desafiado Seguro, hoje um animal feroz, porque acossado, irá ser extremamente agressivo chovendo arquétipos e soundbytes para cima de um fleumático challenger, que se não reagir à pobreza das invectivas contextualizando e menorizando a táctica do esperar sentado que o governo caia por si, mesmo que ganhe democráticamente por 1 voto, vai -  se dar mal neste primeiro round.

É claro que para o segundo e nos restantes debates a substância de que são feitos os dois personagens se vai clarificar naquilo que de facto interessará saber ao país.

TOLERÂNCIAS DEMOCRÁTICAS E...

... RELATIVISMOS ÉTICO - POLÍTICOS AD HOC ?

Considerando as experiências, relatadas no Expresso de sábado passado por Katya Delimbeuf, do psicólogo canadiano Paul Bloom e da sua mulher Karen Wynn, levadas a cabo com bebés de 3 meses a 1 ano, e descritas no seu livro " As origens do Bem e do Mal ", o sentido moral do sapiens é INATO. Um imperativo categórico que refundamenta as teses dos insurgentes contra o cinismo e a hipocrisias modernas sedimentadas no pragmatismo moral e existencial do indivídual de hoje.


Sem menosprezar o efeito social - educacional que a corrupção relativista exerce na formatação comportamental, os resultados das experiências disseram aos seus autores que a moral, recito, " é uma característica ( primeva ) moldada pela evolução da espécie, para a nossa sobrevivência ".

Numa análise tremendista dessas conclusões, a tautologia levar - nos - ia, face à aridez ética das sociedades contemporâneas, a consagrar uma decadência social acelerada da espécie em todas as paragens do planeta onde a noção original do CERTO e do ERRADO, de Justiça,  está a ser adversariada pelo SIM, MAS....

Tolerância?
Tolerância e democrática?
Tolera - se o óleo do fígado de bacalhau e eventualmente uma quimioterapia. Tolera - se o que é física,  psicológica ou racionalmente sustentável à luz das resistências apregoadas. Toleram - se circunstâncias atenuantes que o senso comum consagra, independentemente dos contextos, de qualquer natureza. O Mal é intolerável no reconhecimento que dele a sua face se nos apresenta no mais íntimo de nós. Está no nosso ADN essa capacidade, estamos a sabê - lo agora.
Sem querer entrar nas intuições roussianas do Bom selvagem e nas racionalizações e observações categóricas kantianas, o que sobressai é o condicionalismo hoje anexado à nossa capacidade de tolerância, exigida em nome da Democracia. Ela não deveria ser abstracta nem incondicional nem condicionada pelo que de natural ela transporta para a vivência sadia numa sociedade.

A exigência da tolerância tout - court, seja ela religiosa, política ou moral, desarma, democráticamente, a oposição intransigente a manter sobre tudo o que não é respeitável. A Liberdade natural, e não de redil, que o Homem sacrificou em nome de uma vivência pacífica tem sido acicatada  à medida em que se estreita, democráticamente, claro, através de imposições legais, o normativo comportamental dos cidadãos. 
Esta tendência neo - fascista, não encontro outra qualificação, nem complexa nem redutora, tem crescido à medida em que, por outro lado, os Estados se vão  demitindo das suas responsabilidades que lhes deram origem.
Enfatizando - se o paradoxo da sua presença sufocante na vida dos cidadãos enquanto ameaça reduzir - se a um epifenómeno através das acções concertadas dos funcionários superiores das Administrações Públicas, a pergunta que se pode pôr é a seguinte -  Como é possível este acéfalo auto - canibalismo? Com que fim? Em nome de que felicidade colectiva os cidadãos o permitem?