quarta-feira, abril 12, 2017

A FALTA DE MEMÓRIA DAS MASSAS...

... E A SEM - VERGONHA DOS INTÉRPRETES E INTERPRETADORES DOS FACTOS

O  reavivamento da História e das histórias, sempre que a Verdade factual e consequencial da realidade passada é torpedeada pela má - fé interpretativa, ignorância ou despudorada manipulação, no pressuposto da mitológica " memória curta " das massas, é, na minha opinião o trabalho mais nobre da Imprensa e da Televisão.
Ora, o " esquecimento ", voluntário ou não, não é, infelizmente para todos. Há quem retenha dos factos e das narrativas históricas o essencial da importância que eles, objectivamente, têm ou tiveram em determinado período e as consequências que daí derivaram.

Um exemplo - A dança macabra que se vai desenvolvendo no Oriente - Médio, teve um gatilho percursor - a invasão, pelo Bush jr., do Iraque e o homicídio do seu presidente Sadam.
Não é borboleteando sobre a teoria do Caos mas sobre a lógica consequencial dos acontecimentos, à luz das experiências históricas que se encontra o lastro e o fundamento atribuíveis à negligência, má - fé ou, simplesmente ignorância ou desprezo pelo seu encadeamento quase necessário.

FACTOS - O bombardeamento intermitente dos B52 americanos fizeram, com bombas incendiárias, mais de 100.000 vítimas INOCENTES em Tóquio. As duas bombas atómicas lançadas sobre INOCENTES de Hiroshima e de Nagasaki, fizeram, por sua vez, 80.000 vítimas na primeira cidade e 74.000 na segunda.
Sadam ou, no caso mais recente e até ver, Assad, gasearam duas cidades ocupadas pelos inimigos e mataram milhares de INOCENTES.

QUE INTERPRETAÇÃO POSSÍVEL se poderá fazer sobre esses e outros factos históricos similares sem se chegar a uma ÚNICA conclusão - BARBARISMO HOMICIDA.

... num ataque de 3 dias que permanecerá até hoje como o maior alguma vez perpetrado contra uma população civil. - Luís M. Faria in Fisga, Expresso. recordando Sadam e Halabja, a cidade mártir.
Um inverdade grosseira, pois claro!

segunda-feira, abril 10, 2017

GOG & MAGOG

DANCING WITH THE DEVIL (n)

Trump, resolveu punir a Síria, ( a pretexto de um ataque, ainda não inteiramente caucionado, do regime sírio, fazendo uso de armas químicas, sobre os seus inimigos ), bombardeando suas bases militares.

Esclareçamos...

1) A Síria, um estado soberano estabilizado no Médio - Oriente, viu - se, no rescaldo das primaveras árabes dos regimes não alinhados com os interesses ocidentais, vulgo, dos USA, perante uma guerra civil caucionada pelos ocidentais, que armaram e equiparam os chamados rebeldes e está a defender - se como qualquer estado estabelecido, ocidental ou desocidentalizado o faria.
Esse modus operandi tem sido, desde os anos 70, reeditado em todas as paragens do planeta, quando o superior interesse do Império encontra líderes regionais ciosos da sua independência e identidade, sem que a nossa indignação tenha sofrido o mínimo estremecimento pelas misérias consequentes que daí advieram para os povos vítimas dessas ajudas humanitárias, sempre em nome de uma democracia a exportar aos bárbaros.

2) Assad, como todos os líderes do Oriente - Médio assimila uma visão do Poder autoritária e brutal na repressão dos dissidentes. Os seus regimes NADA têm a ver com o regime ocidental, mau grado as incursões humanitárias do Ocidente desde a II G.G.
Assad tem um tratado  militar com a Rússia e com a Coreia do Norte, países nucleares e mais recente uma colaboração estreita com o Irão no esmagamento do DAESH, portanto, aliado desses países e na terminologia militar, um ataque a um será, eventualmente, uma agressão aos interesses do outro.

Trump, como quem caga mais um tweet, passou da retórica indigente ao uso de tomahwaks e se os pressupostos forem os mesmos, a coisa é muito séria, um exercício insano.
Espanta - me, entretanto,  a insídia moralista com que os Media e os Merdia empunharam a tocha justiceira do mentecapto de ontem emporcalhando o bom - senso de Obama na leitura a mais esclarecida possível do caos INGOVERNÁVEL do Médio - Oriente, assumido, eventualmente, o seu estupor e ignorância histórica das idiossincracias das tribos do deserto e da sua visão do PODER, autóctone ou alienígena.

Por Deus, haverá formas civilizadas de homicídio em massa, métodos racional e emocionalmente neutros de matar outros seres humanos? Parece que a indignação cínica e despudorada os descobriu, - O uso dos drones -, dos cruzeiros, dos tomawoks, nada de cimitarras, de gases, de camiões armadilhados e, PRINCIPALMENTE, nada de ver as consequências espelhadas em corpos de crianças, mulheres e velhos, exibidos nas televisões aquando das humaníssimas intervenções.

Deixando de lado a hipocrisia e o cinismo narrativos da história contemporânea na sua projecção global e particular, tornadas que foram uma segunda natureza da interpretação mediática e não só, da política internacional, e depois de ouvir estados europeus, em nome de uma sacrossanta aliança a apoiar mais uma escalada conflitual, só posso concluir que o diabo continua à solta.

Putin, ao afirmar o seu apoio às infraestruturas do estado sírio ( leia -se bases militares e edifícios públicos... ) lança um sério aviso à provocação americana e a dos seus aliados militantes.
Faz sentido dada a hipótese de uma escalada que " acidentes e incidentes " directos ou indirectos possam provocar no meio de eventuais erráticas decisões na área do conflito? Política e militarmente, é impossível abordar essa nova atitude, esse dado novo que, a par da pressão sobre outro estado nuclear, a poderosíssima China, com loas ao trumpismo. 
É simplesmente ESTÚPIDO e a responsabilidade dos MEDIA neste inteirim é avassaladora. Não será únicamente a mediocridade projectada dos líderes actuais que estará sobre escrutínio.
Nós, a população europeia, americana, russa ou chinesa nunca será chamada a decidir no medonho destino que a irracionalidade política ameaça despoletar.

A agir, será AGORA! Antes que façamos parte da ESTUPIDEZ GLOBAL.