quinta-feira, julho 05, 2007

DA ALMA CRIOLA E DA MESTIÇAGEM...

Desconheço o grau académico de SARA TAVARES ( como se isso justificasse o que se segue ) mas alegria que ela me tem dado no que diz e faz tem sido reconfortante. Neste mundo de desertos culturais, da sua e nossa geração, foi-me grato ouvi - la, senti - la, compreender- lhe o discurso, imbuído de uma sensibilidade rara na abordagem da sua formação como mulher e como artista.

UNIVERSIDADES:::

PAIRANDO SOBRE UM NINHO DE CUCOS

Confesso que o mundo universitário sempre me fascinou. A razão do encantamento prende-se à minha curiosidade infinita de CONHECIMENTO, do nosso percurso histórico, da evolução da nossa racionalidade e do aprofundamento da nossa estupidez...

Em tempos, Allan Bloom queixava-se da aridez e da incultura dos alunos e mestres universitários americanos e perguntava... " Que imagem apresenta hoje uma faculdade ou uma universidade de primeira categoria a um adolescente que sai de casa pela primeira vez, para a aventura de uma educação liberal? "

" Tem quatro, cinco anos para se descobrir... neste curto espaço de tempo que existe um vasto mundo para além do pequeno que ele conhece, experimentar a sua alegria e digeri- la o bastante para se aguentar nos " baldios intelectuais " que está destinado a atravessar ".

E continuava... " a importância desses anos não pode ser subestimada; eles são a única oportunidade de civilização que chega até ele.

"É claro que durante esses perdidos anos de sucessivas e mal sucedidas reformas educativas, com avanços e recuos, ao sabor das marés políticas, nunca se apresentou ao aluno o alcance dessa fase tão encantada da sua vida onde o saber nunda deveria ter como inimiga a especialização "

SÓ UMA PERGUNTA... No fim de contas, o que é que identifica a UNIVERSIDADE? Para que serve?


domingo, julho 01, 2007

AFEGANISTÃO - IRAQUE - PALESTINA...

" O combate é, originalmente, a expressão do sentimento hostil, mas nos nossos grandes combates, a que chamamos Guerras, o sentimento hostil converte-se muitas vezes numa mera visão hostil. Habitualmente, não existe num indivíduo um sentimento hostil inato para com outro indivíduo. Todavia, o combate nunca se dá sem que esses sentimentos sejam postos em actividade. O ódio nacional, raramente ausente nas nossas guerras, é um substituto à hostilidade pessoal, de indivíduo para indivíduo......" - Da natureza da Guerra - CLAUSEWITZ

Não nos admiramos pois, com as dificuldades que as forças aliadas estão a encontrar por aquelas paragens. O atiçamento do ódio por aqueles que pensam de maneira diferente, em crenças religiosas, políticas e eventualmente económicas por parte dos nossos jovens, entra em contradição com o que desde cedo o nosso sistema democrático lhes ensinou.

Do outro lado, as condições que permitem o alimentar dos sentimentos de resistência, do ódio justificado pelo desprezo das suas convicções do lado dos oponentes, têm sido sistemáticamente criados pelo Ocidente desde os meados do século XX.

Tem sido, pois, impossível criar o ódio do lado de cá e os fracassos acumulam-se, do VIETNAM ao AFEGANISTÃO passando pelo IRAQUE e o IRÃO.


..." De uma mente irresponsável, imaginativa e inexperiente, e de um entendimento sagaz e calmo, esperam-se coisas diferentes..."

Tenhamos esperança na projecção de novos e competentes líderes neste dealbar do século XXI e que a estupidez política se torne um anacronismo mental que se esgote em si mesma, sem consequências.