sexta-feira, junho 24, 2016

BREXIT

COMMON SENSE or ATAVISM?

ECONOMICS or POLITICS?

Venceu a Democracia, o atavismo e, principalmente, a Política. Tudo bem, organicamente correcto e... políticamente incorrecto, face aos ventos históricos do que se apresenta como um mundo globalizado onde a Europa como uma das bases do tripé hegemónico daí resultante, sofre duro golpe, que em reverberações miméticas a podem vir a ferir de morte como um projecto político e económico continental.
Era evidente, de há uns tempos a esta parte que a paradoxal e amputada visão sub - marxista da História cavalgada pelo liberalismo, especulativo que não económico, de hoje, tropeçaria nas suas contradições nesse espaço vazio onde a política, arredada pela Bu(r)rocracia, se faria ouvir, mais cedo ou mais tarde.
Fez - se ouvir no Reino Unido e fragmentá - lo- á nas soberanias da Escócia e da Irlanda, mais cedo que tarde.
 A ironia trágica, antevista no dessassossego que irá, desde hoje, sobressaltar a U.E. e que poderá, caso, como de costume, não se tirarem ilacções POLÍTICAS que não únicamente financeiras, do que decorre do EXIT britânico, levar à sua desintegração futura, foi, nunca ter sabido compreender que a Inglaterra NUNCA quis a Europa. Limitou - se, durante o tempo em que a cotejou a usá - la em seu proveito, já que sózinha nunca a conseguiu dominar.

Entrámos na democracia directa... HURRAH! que mais não é que da própria essência democrática, e dos referendos que trarão a transparência à opacidade e pesporrência de um projecto já tão danificado.
Que venha por bem!

segunda-feira, junho 20, 2016

BREXIT?

WHY?

Porque é que se está hoje a pôr - se esta questão?
Falou - se por aqui, na qualidade de ilhéu, das características que formatam todos os povos insulares, numa comparação das semelhanças que as suas condições naturais teimam em rematar - a independência mental, o olhar atento sobre intencionalidades soberanas e, porque não uma desconfiança atávica sobre o outsider.

O GLUTÃO E O FARISEU

" Reparai num mapa da Europa. A Inglaterra lá está no alto, à parte, por sua conta própria e olha o Continente como um cão a vigiar o rebanho lá em baixo, como uma ave de rapina oculta entre as núvens para saltar em cheio sobre a vítima, como um severo vigilante espia com suspeita a sua gentalha.
Os países da Europa estão todos ligados, compactos, todos juntos e confiantes, mesmo os mais remotos. São uma família e nas famílias não há sempre acordo, nas famílias há,por vezes, divisões e zangas mas, em suma, há sempre recordações, sentimentos, interesses comuns. A Europa continental é tão sociável, tão amiga do mundo que, por um lado, parece uma só com a Ásia e em baixo, no meio - dia, se projecta com as suas ilhas e penínsulas até quase tocar a África.
A Inglaterra, não. Reconhece que a Europa não é a sua Pátria. A Inglaterra não tem nada a ver com a Europa. Com o seu focinho apontado ao polo e as suas alturas brancas sobre o mar mostra claramente que não quer pertencer ao Continente.
A Europa, para ela, não é mais que uma daquelas partes do mundo onde lhe convém traficar, dominar e, se sucede, combater. Todas as terras, para ela são iguais. Jamais está em comunhão com a Europa, e tão - pouco com os outros continentes. Não é solidária com ninguém... "

Duras, e a espaços nublada por uma visão historicista, datada e intencionada, as palavras de Giovanni Papini sobre a pérfida Albion nos meados do século XX, pareceriam, à primeira vista, uma síntese, que os factos fundamentam, do que ele considera ser um atavismo caracteriológico de simulação, hipocrisia e mentira do qual ela já nem tem a consciência.

ACONTECE que estamos no século XXI e o mundo mudou. As relações nacionais, globais, entre os Estados e as Instituições metapolíticas das quais a Globalização em projecto, no arredondamento dos conflitos mundiais através do comércio, têm estado reféns de realidades que as suplantam, por mais que os nacionalismos estrebuchem.
Por mim, o proverbial common sense britânico prevalecerá sobre a nostalgia do Union Jack.