sábado, outubro 02, 2004


SORTE

AMOR

SAÚDE Afinal, nem somos assim tão exigentes no que à nossa felicidade diz respeito nesta passagem tão fugaz por este martirizado planeta.

"O inferno são os outros"-lá dizia SARTRE e "Aì é que a porca (VIDA) torce o rabo como diz o Zé Povinho"


E eis Sócrates líder do P.S.

Reforçando o que disse aqui em tempos,era esperada a sua eleição:a sua juventude,competência,agressividade política q.b.,a sua modernidade comunicacional nula de carga ideológica,num tempo de vacuidade intelectual,onde o pragmatismo substituiu conceitos e práticas como a ética,solidariedade e cidadania,criou-lhe um capital de simpatia nos MEDIA e em lugares insuspeitos,como seja a franja política que lhe devia ser adversa.

Posto isso,reitero as minhas desconfianças na capacidade do homem governar à esquerda,marcando a diferença no substantivo em relação à Direita.

A política não pode ser sòmente um exercício de BOM-SENSO.Essa caracteristica é-nos inata,mas sabemos que é vista de maneira diferente por cada indivíduo ou classe social.

As preocupações relativas à Produtividade nacional,se não levarem em conta a justiça remuneratória e fiscal,continuarão a ser isso mesmo...

As preocupações relativas à Educação,se não se criar um corpo efectivo de educadores em vez do mercenarismo de substituição que vigora,continuarão isso mesmo...

As preocupações relativas à Saúde e à febre privatizadora que por aí vai num País com um dos mais baixos rendimentos da Europa e com um número crescente de reformados com uma pensão desoladora,a sua liberalização,em desfavor do SNS,tendencialmente gratuito para quem não a pode pagar,repito se não se travar isso,essas preocupações continuarão a ser isso mesmo...

Estou expectante e à espera...

domingo, setembro 26, 2004

...regresso ao mundo das palavras...

Dou um pontapé nestas árvores de carne e folhas

Mas esperem!

A palavra árvore não é uma árvore,
momento de sombra,
nem a palavra sol queima a pele das mãos.
E até hoje nunca vi voar a palavra rouxinol.

Ah! se eu pudesse colar no papel o canto dos pássaros,
o esfarrapar concreto dos cantos dos pássaros,
e esta mão de sol que cria
a invenção das flores.

Mas não.

Sempre as mesmas palavras
com alçapão de bruma.

Sempre esta resignação à Poesia
com pontes mágicas para coisa nenhuma

JOSÉ GOMES FERREIRA-poesia IV