sábado, setembro 01, 2007

DURÃO EM APERTOS - caso SOMAGUE - parte I

Como é do meu hábito nestes casos, vou esperar para ver. Depois comentarei a atitude do homem, a dimensão da sua explicação, assim como as dos seus companheiros de então.
DO NOVO BENFICA...

De uma maneira geral, uma equipa, seja em que actividade for, espelha quase sempre as virtudes e os defeitos do seu mentor e líder.
Isso nota-se particularmente quanto mais o efeito da pressão competitiva se faça sentir dentro dela.

Essa pressão, que poderá ser também ela exterior, leva quase sempre a respostas que vão do desânimo à afirmação hiperbólica.

As equipas de futebol são, regra geral, a " cara " dos seus treinadores e a personalidade que reflectem dentro do campo e transmitem para o exterior é, com o tempo, a sua imagem.

O Chelsea, por exemplo, é a imagem do Mourinho,( aliás como o foi o Porto quando lá esteve ) não a mediática e cénica, mas a de um homem contido, determinado, de gestos precisos e controlados, quase tímido na abordagem do espaço que habita e arrogante quando o possui.

O Benfica do F. Santos era uma equipa tristonha, insegura, tímida, racional até à inacção. Quando se libertava dos fantasmas era capaz de euforia e desinibição.

As equipas de J. Pacheco, pricipalmente o Boavista campeão, têm sido, sem o exagero do neurónio singular, hiperactivas, diria melhor, nervosas, sanguíneas, com um sentimento de inferioridade inculcada que tinha de ser superado pelo combate quase pessoal contra os Outros. Faziam das tripas coração e da atitude agressiva um aviso : sou perigosa.

Jesualdo Pereira, um estudioso do futebol, tem hoje a oportunidade de pôr em prática, este ano mais do que no anterior, a sua personalidade numa equipa à sua medida.
Eu diria, sem me enganar muito, que no Porto que ele está a construir só tem um problema, que será paradoxalmente a solução de muitos problemas no futuro e ele tem um nome - QUARESMA.
Se Jesualdo pudesse sentir-se-ia aliviado pela partida do Mustang rebelde, intuitivo, criativo, emotivo e avesso a ordens, ou seja tudo o que ele NÃO é, ou seja professoral, autoritário, racional, equilibrado, chato, previsível, mandão e com um ego enorme e ressabiado, dizia, se ele pudesse, livrava-se da estrela da Companhia porque ele é um Agitador.

Tudo isso para dizer e já me estou a alongar, que vou preferir o BENFICA do Camacho que será, dentro em breve o rosto do seu treinador - combativo, ambicioso, corajoso, intratável e personalizado e que só perderá um jogo quando o adversário for muito melhor, exactamente, na utilização dos mesmos argumentos.

FOI UMA NOITE QUASE MÁGICA ESSA...

SINTRA 2006
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Tempestade silenciosa - Sintra 2006
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sexta-feira, agosto 31, 2007

HIBERNAÇÃO...

Já se tornou um lugar -comum associar o Verão a tonteiras, como as mortes na estrada, torreiras ao sol, piramidais bebedeiras, fogo - posto, sexo avulso e promíscuo, declarações políticas inconsequentes e ... principalmente a uma repulsiva letargia intelectual, como se de repente nos tornássemos um saco amorfo de vísceras emprenhado de vitualhas.

Confesso que o meu conceito de férias não se coaduna com o que se passa à minha volta; culpa minha naturalmente e da minha condição de vagabundo que a minha actividade profissional obriga.

É por isso que o " corpóreo frenesim " estival sempre me apanhou em contra - ciclo, com os meus e com os outros. Onde queria e desejava tranquilidade os outros queriam acção, partida e movimento, num paradoxal extermínio de energia apelidado de " carregamento de baterias ".
E vai daí, tudo perde o seu sentido e importância na lavagem marítima dos corpos e na hibernação espiritual.

Não deve ser por acaso que a minha estação do ano preferida seja não a da glauca luz mas a das intempéries, a do recolhimento.