sexta-feira, maio 28, 2004




O Aburguesamento dos ex-maoistas


Salmoura,lamenta-se da queda inexorável de JPP na direita.

A verdade é que há um facto indesmentível na evolução!!!? política do homem ocidental:aburguesa-se.E quanto mais se aburguesa,no sentido político que lhe atribui ROUSSEAU,,mais tende para a direita.
Nesse processo irremediável,para alguns,é imparável quanto mais ele se compraz com os benefícios que essa condição lhe traz em retorno.
O processo,acredito que seja doloroso para alguns,mas há outros,como JPP,MEXIA,COUTINHO,vão alinhavando alibis para justificar a "saciedade" que desfrutam sem se sentirem molestados por problemas de consciência que,inevitàvelmente incomodam qualquer intelectual que reflicta sobre a condição do "lumpen".

JPP teve, necessàriamente,em determinada fase do seu "processamento" burguês de atacar o "descaramento" troglodita de personagens de direita que o envergonhavam pela sua boçalidade intelectual,como o Jardim e outros.Acontece que esse "ataque" sempre foi à forma e não a um conteúdo já intimamente asssimilado,e que só a resistência ética do intelectual opunha alguma resistência.

As desculpas filistinas,boiando sobre a "ingenuidade" daqueles que ainda resistem com argumentos UNIVERSAIS,como a ÉTICA,que cai em desuso para os "caídos" na tentação,como JPP,são apresentadas como o direito à FELICIDADE.

Só que para a esquerda,a felicidade individual não arrasta necessàriamente consigo a felicidade colectiva,que devia ser a primeira preocupação política dos governantes.INGENUIDADE,outra vez!!!?


O aburguesamento,como disse acima atinge a todos,mas não da mesma maneira.Enquanto para mim foi um processo automático de acumulação de bem-estar,para outros é um processo mental,portanto irremediável.
PAZ à sua nova condição.

domingo, maio 23, 2004

A Guerra está perdida?

...pergunta pesaroso o estimável Cruzado de pantufas JASaraiva na edição última do Expresso.

Para começar,ainda não ouvi nenhum comentador militar português tecendo loas à última aventura militar dos USA.Em contrapartida,é lamentável,e para mim muito estranho,eu que fui oficial miliciano na guerra do Ultramar,ver indivíduos que nem conhecem o cheiro da pólvora quanto mais do sangue jorrando de uma ferida aberta,o horror da morte a milímetros,defender a "capacidade de acção e decisão dos outros-os americanos-numa auto-compaixão recorrente da sua impotência física e mental.
Aliás,esse fascínio pela acção que alguns intelectuais do Ocidente pregam actualmente merece ser analisado a nível psquiátrico.
Da parte dos que condeneram a invasão,nunca houve,como JASaraiva diz,ódio pelos americanos.Deixemo-nos de tretas e de grosseiras manipulações semânticas,como quando se titulam de assassinas as acções deles e de acções militares (desadjectivadas) as barbaridades dos ocupantes.A possível eclosão de uma guerra civil depois da expulsão dos invasores talvez não seja assim um cenário tão previsível,como os defensores do Apocalipse prevêm.O CAOS foi criado pelos invasores e desaparecerá com a sua partida,porque o diálogo entre as partes é possível,e a linguagem é a mesma.
Quanto a negociações com "terroristas",aqui vai uma lista rápida daqueles com quem foi possível dialogar-Miterrand,Amilcar Cabral,Mao,Samora machel,Washington,Mandela,etc...
A guerra é uma extensão da política por outros meios.O diabo é a guerrilha,terrorista, assassina,fanática,irracional...

Extraordinária a nossa capacidade de manipular as palavras para classificar os comportamentos dos outros...Num político não se esperaria outra coisa,mas de um comentador,esperava-se,talvez ingènuamente,alguma honestidade intelectual.De jornalistas então,se não conseguem sê-lo,façam-se comentaristas e aí saberemos com o que contar.

Vir dizer,como o JPP que é só no plano político que a guerra do Iraque está a ser perdida pelos ocupantes,não é só um truísmo (como ele diz),como arrasta consigo as consequências decorrentes,no plano Moral,de ter sido uma agressão torpe e injustificada.
Para dizer a verdade,ela não está a ser ganha(isso respondendo também à pergunta que um outro habitante de BUSHARON,de seu nome JASaraiva)em nenhum plano que se queira considerar.
No plano militar nunca estará ganha enquanto o território não fôr pacificado,o que se afigura problemático.
Na política interna dos USA prevê-se uma mudança estrepitosa da Administração BUSH.
Na política externa,o isolamento dos USA é um facto.
No plano económico,os números já foram dados a conhecer e são astronómicos.

Continuando con JPP,chamando à agressão dos ocupantes,uma política "impopular",que está dependente,na sua razoabilidade!!!?,da expressão do"amén" dos votantes é revoltante e denota um desprezo inaudito pela mortandade que assola aquela região,no remanso de uma letargia balofa,obesa,arrogante e pantufeira.
(continuaremos...)