sábado, dezembro 03, 2005

A GUERRA DOS CRUCIFIXOS

Pois é... a Democracia tem dessas incoerências e doutras...

A que propósito, num Estado laico, a manifestação de uma determinada cultura religiosa num espaço que é de todos?

A argumentação com a tradição católica portuguesa seria pertinente à luz de uma ditadura da maioria e até pode ser que seja este o caso, assim como a " limpeza " dos cargos públicos e substituição de dirigentes por outros da cor da maioria democrática parece razoável...
Mas de facto não é, pois não?

Vejamos: a cruz é uma manifestação simbolica e como simbolo pode e deve, eventualmente, estar presente no espaço que traduz esse simbolismo e o representa, nas Igrejas, portanto, assim como a Bandeira Nacional nos espaços públicos.

As tradições, sempre que entraram em conflito com a Democracia foram arrazadas, por uma questão de coerrência interna e em nome da evolução dos costumes. Nada de escandaloso, portanto.

A condenação da bárbara prática da excisão dos clitóris das jovens africanas no Ocidente não se compadece com os costumes normativos de uma tradição injustificada, à luz do racionalismo e dos direitos do Homem.

A César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

DO TERRORISMO...

continuando... A Guerra tem sido uma extensão de politica externa usada sistemàticamente ao longo da História pelas superpotências como meio de " defender " os seus interesses.
A hipocrisia insanável que a formulação encerra nunca foi um óbice à sua aplicação por todos os Estados suficientemente poderosos para a levarem à prática.

As atitudes dos agredidos têm sido sistemàticamente as mesmas: ou capitulam e são colonizados, politica, militar ou económicamente ou resistem, saindo-se vitoriosos quase sempre.

Vejamos: qual é a diferença entre Guerrilha, Intervenção Armada, Terrorismo e Guerra, " tout court "?
Ela está nos objectivos? No enquadramento politico? Na autoridade moral (o que quer que isso seja) ? Nas vitimas, militarizadas ou não? Na proporção dos meios? No fim superior a atingir ( o que quer que isso seja ) ? No apoio maioritário ou não que a acção transporta ?
Como é que se tipifica cada uma destas agressões violentas? Como distingui-las ?

O TERROR é SEMPRE a consequência dessas acções. Portanto...serão elas todas TERRORISTAS ?
E que dizer dos embargos económicos, do isolamento de nações, travando o desenvolvimento de toda uma geração por décadas ...? Não há armas, não há bombas, não há explosões dilacerando corpos, mas há vitimas...Uma NAÇÃO INTEIRA.

Enquanto a DEMOCRACIA não for assumida em toda a sua dimensão, implicita na sua extensão e compreensão ( a UTOPIA ), a LIBERDADE, individual e a dos POVOS será sempre uma espinha cravada na consciência dos Democratas, porque as suas exigências são INCOMPATÍVEIS com QUALQUER regime, principalmente o DEMOCRÁTICO onde a extensão de LEIS que reprimem a liberdade individual pede meças a qualquer regime ditatorial.

Concluindo: enquanto a DEMOCRACIA não for plena, falamos do PODER e da capacidade de o exercer por força das armas e do saldo na luta pela sobrevivência.

A definição do TERRORISMO acabará por ser IMPOSTA pelos mais fortes, NIETZSCHE dixit, e continuará TUDO NA MESMA.

BERGIER tinha razão: a 3ª Guerra Mundial já começou e ainda não foi ANTEVISTA por quem devia ter a obrigação da PREVISÃO: os POLITICOS.
DO TERRORRISMO...

" O terrorista que combate pelas nossas ideias é um herói sublime " - JACQUES BERGIER

Jacques Bergier foi um herói da resistência francesa contra o nazismo. A sua acção como terrorista revelou-se de tal maneira determinante que a FRANÇA, finda a Guerra, condecorou-o com a Legião de Honra, por serviços distintos em prol da libertação do jugo Nazi.

Seria fastidioso apresentar uma lista " gloriosa " de tantos combatentes pela liberdade, actualmente reverenciados pelos antigos adversários, mas não resisto, na linha do que escreveu Bergier no seu livro - A 3ª Guerra Mundial já começou - edições AFRODITE, de enumerar alguns nomes célebres que usaram o TERRORISMO como arma política contra os adversários, nomeadamente, COLLINS, VICTOR HUGO, TZARA, ELIYAU HAKIM, MAO TSÉ TUNG, CABRAL, WASHINGTON, CIA, MOSSAD, para não falar de TODOS os presidentes americanos e de todos os outros democratas menos célebres...

E tudo isto para quê? Para defender o TERROR? NÃOOO!...
Para dizer que não me estranha a encruzilhada em que se encontraram os conferencistas em BARCELONA.

Uma definição POLITICA de terrorismo é pura e simplesmente IMPOSSÌVEL.
Dir-vos-ei porquê...mais logo