POR OUTRO LADO...

...há um outro tipo de escrita, quase impossível de transportar para a linguagem oral - a gongórica desembestada, tão intragável como o casamento entre a letra rasca e música reles.

Fica para outra altura...

DA LINGUAGEM SIMPLEX...

Touché, ma non troppo...

O Expresso de ontem publicou uma reportagem sobre a necessidade e vantagens da simplificação da linguagem administrativa.
É de todo evidente que a mensagem, se não fôr clara ao cidadão receptor, o seu conteudo e alcance não serão entendidos.

Não é todavia claro que a compreensão de um texto n/administrativo deva estar, a priori, refém da limitação cultural do receptor para que o seu conteúdo seja avaliado por quem não o alcance em termos de clareza.
A César o que é de César...

A linguagem simplex é bondosa e útil para os efeitos que pretenderá alcançar junto dos recipientes e tem a vantagem adicional da universalidade.

As outras linguagens, ena há tantas..., da filosófica, científica ou esotérica são para os iniciados e dos iniciados e exigem demasiado esforço na sua simplificação em nome do vulgo e perdem em compreensão o que eventualmente ganhariam em extensão.
O físico nuclear não escreverá para o pigmeu e quando fala de protão não espera ser entendido por uma camponesa bávara.

Outra coisa é a clareza de raciocínio que as palavras " exactas ", como num poema ( não o seu simulacro ), ou uma pincelada de Van Gog, transportam em cada frase, e a sua coerência interna. Nesse processo, a honestidade intelectual tem de estar sempre presente, das premissas à conclusão, da tese à síntese.

Só a Cultura ou a informação permitem desmontar ou desmascarar o " engodo " por detrás das sinfonias que não foram escritas, dos títulos inexistentes ou de autores mal referenciados numa antropologia desconhecedora de Histórias Nacionais.

Claro que é sempre possível, em POLÍTICA principalmente,haver duas linguagens, uma para o povo e outra para os Media. Corrigir, simplificando ao limite os termos e os vocábulos da mensagem tem de ser um dever de Estado para com os seus cidadãos. É uma necessidade da governação.

A César o que é de César

BENFICA 2 LIVERPOOL 1

Este " vício " de ganhar, esse carácter transbordante desses " putos " é digno de aplauso.
Recuperar do golo a frio e acabar a partida com inúmeras oportunidades de golo não concretizadas é um bom estímulo para Anfield.

Dos presidentes...

...nada de novo acrescentaram ao seu discurso. Foi nota a segurança de Vieira e a pose defensiva de Pinto da Costa num discurso culpabilizante e paranóico quando deveria ser desculpabilizante perante a massa associativa e accionistas dos êrros do mandato e a promessa do campeonato a honrar Pedroto, como prometeu.

Quanto aos entrevistadores, a pose cordial mas não subserviente de M.Sousa Tavares, na linha do que DEVE ser uma entrevista, não poupou o entrevistado com TODAS as perguntas incómodas, separando a sua posição de comentador do entrevistador - uma lição, em suma.
Judite de Sousa também não esteve mal desta vez já que Pinto da Costa não lhe diz nada e fez - lhe uma entrevista burocrática onde o cunho pessoal que erradamente transporta para outras entrevistas, esteve ausente, como deveria estar SEMPRE.

Perspectivando...

Logo à noite pelas 21:00 horas iremos ter duas entrevistas, que só por estranha coincidência serão no mesmo dia e à mesma hora.

A lógica que tem sustentado, literalmente, os Media nos dias que correm - a do LUCRO terá eventualmente alguma culpa nessa marcação cerrada por títulos de 1ª página, qual deles o mais boçal e irresponsável.

Luis Filipe Vieira, o presidente do Benfica será entrevistado pelo indefectível " dragão " e dos melhores jornalistas e comentador de lingua Portuguesa do seu nome M.Sousa Tavares na SIC e Pinto da Costa, presidente do F.C.P. à mesma hora na RTP 1.

Confesso que, mais do que irão dizer os dois protagonistas, interessa - me VER os entrevistadores e " confirmar " os elogios ao presidente da SAD benfiquista pelo sucesso da sua gestão, desportiva e financeira ( o passivo benfiquista resolve -se com duas vendas, sobrevalorizadas em pouco tempo )e na credibilização do nome BENFICA, de um lado e por outro " reconfirmar ", por parte do Presidente do FCP as velhas fórmulas de desculpabilização perante os sócios investindo no inimigo externo, que para o caso, hoje, será o BRAGA.

Mas como sei que o Benfica " dói " mais,iremos assistir à novela Hulk, esquecido que estará(ia) que perderam na Luz com a equipa completa, Hulk incluído,e ficaram a 4 pontos do líder.

Sei que mais tarde voltarei ao assunto e será para falar dos entrevistadores...

Até lá, então!

EM POUSIO...

... E em profunda reflexão deveria estar o País e cada um de nós perante as nossas Obrigações e Deveres, ( assim mesmo, com maíusculas reverenciais ) não as pessoais que aí só a nossa liberdade parece ter prevalência sobre tudo o resto, para o Futuro, para o País.
E porquê!!!? Pela mais prosaica das razões. Quando " escolhemos " viver em sociedade criámos um contrato que a nossa racionalidade e não a projecção do custo / benefício,impôs como o mais correcto, sob o risco da barbárie.

Embora saibamos que há uma batota generalizada praticada alarvemente por sobre a nossa confiança, sucessivamente renovada e por sobre a nossa letargia e conformismo que moldam a nossa incapacidade, o nosso medo de MUDAR é o nosso pior inimigo.
A mudança terá de ser de POSTURA, de mentalidade, não de nomes, que esses surgem de dentro do sistema que alimentando - se de si próprio, dos seus e para os seus constituirá sempre o ojecto da mudança.

Até lá...