sábado, janeiro 03, 2004

VERDES,SALMOURA.Os olhos do homem de momento sao verdes e sao mais apropriados ao personagem,que da limpida e inocente cor azul nao tem nada.
No dia em que eu tiver de dizer em alto e bom som-JA NADA ME SURPREENDE!,terei de entrar em meditaçao profunda e recolher-me a um convento em clausura e por-me a uma distancia segura dos meus semelhantes.

Estupefacçao,e perplexidade tem-me acompanhado em todo o processo da Casa Pia.

O surrealismo,o pos-modernismo pacovio e tonto dos responsaveis pela conduçao deste processo,rematados por uma imaturidade presunçosa,permitiram que a descredibilizaçao da justiça esteja na ordem do dia.

A montanha vai parir um rato,que se vai rebolar de riso.Estarei aqui para lamentar neste espaço,ja que e a unica intervençao que me e permitida.

quinta-feira, janeiro 01, 2004

E pronto!Ca esta ele,um aninho novinho em folha para fazermos dele o que se faz as coisas novas:usar com cuidado ate entrar em velocidade de cruzeiro e começar a parecer-se com os anos transactos.

Mas pela maneira como esta a começar,principalmente por aqui,espero que a mortificaçao nao venha a ser a sua imagem de marca.

SAUDE A TODOS!

quarta-feira, dezembro 31, 2003

Ha em Portugal duas cronistas do Expresso que me atraem,primeiro pelo fascinio que a especie humana me provoca em geral e segundo pelo fascinio intelectual que me provoca o mundo feminino.

Uma delas,de seu nome Ines Pedrosa,que classifica e marginaliza a sua cronica - Cronica feminina-.
A militancia feminista da escritora é arrasadora, nao seus efeitos espero,para os homens.A espaços e subjacente,lavra um desprezo incontido pelo homem e pelas suas imperfeições naturais,passe o paradoxo.

A dureza dos seus ataques aos homens só tem paralelo com o desprezo pelo feminino idealizado por eles, que aprecia a diferença abismal entre as duas especies, digo bem as duas especies.

O poder, a competitividade, a força fisica, a agressividade sexual, o universalismo, a cumplicidade, o racionalismo, categorias estereotipadas que definem a grosso o mundo masculino, são sistemàticamente zurzidas na escrita de Inês Pedrosa.

O mais espantoso nesse pessimismo em relação ao homem, é que a solução que tem sido proposta pela escritora passa pelo fortalecimento de carácter " tout court ", onde o sonso não tem lugar, portanto e para encurtar,dar o poder as Matriarcas, as depositárias do Poder que lhes foi espoliado . E então, que a sua visão do mundo, objectivamente conservadora e placentária, castradora e infantilizante se estenda aos adultos machos que,de regresso a Mátria, encontre o Mundo perdido.
Aonde é que ja ouvi isso?

Há um paradoxo, contudo.A mudança do mundo far-se-ia pelo uso das potencialidades VIRIS exercidas então pelas mulheres.
Eu cá tenho medo desse futuro.

Por outro lado, a Clara Ferreira Alves, uma humanista que parte de uma realidade incontestável - a imperfeição do Homem - e vai descobrindo em momentos singulares do seu encontro com a vida, homens, mulheres, crianças, situaçoes na guerra e na paz, na cidade, no campo, no literato, no humilde, a marca deixada pelos ensinamentos de outros homens e que vão fazendo a diferença pela única qualidade que ainda vai a tempo de nos salvar na nossa humanidade como espécie: a Compaixao. Uma qualidade sonsa que a nossa matriarca Pedrosa despreza.

A diferença que as mulheres podem e devem trazer ás nossas sociedades moldadas pelos ensinamentos de cólera, vingança, ódio, rancor,será protagonizada pelas Claras e não pelas Pedrosas, espero eu...

-A correcçao faz parte do erro - Pedrosa dixit, e ja errámos demais.
Passe a evangelizaçao, o caminho a seguir não é seguramente o -" atravessar a dor do erro a frio "-, como ela diz, mas pelo contrário, com paixao pelo certo e compaixão redentora pelo errado, apontando sempre para a mudança das circunstâncias que fomentam o ERRO.
Ha em Portugal

terça-feira, dezembro 30, 2003

Numa das minhas primeiras postas,interrogava-me sobre essa necessidade de escrever, e de caminho,do valor da comunicaçao com o ausente,que so por mero acaso,neste imenso espaço da blogosfera tomaria conhecimento das minhas introspecçoes.
E conclui que o motivo que me leva a permanecer por aqui nao era propriamente o desejo de ser lido.

Hoje descobri, numa leitura atrasada,a resposta a minha interrogaçao:

MAIS DO QUE UMA FORMA DE COMUNICAR,A ESCRITA E UMA TERAPIA MENTAL ONDE TENTO CRIAR UMA QUALQUER LOGICA APAZIGUADORA.Victor Gomes-tetraplegico profundo,inventor de um sistema de comunicaçao alternativo.
Obrigado pois pela ajuda,Victor!

domingo, dezembro 28, 2003

Falemos de aborto,pois entao,ja que nunca saberemos se eventualmente nao estivemos por ser uma das vitimas.
Parafraseando JAS do Expresso,os cartazes reclamando o DIREITO A VIDA e as T-shirts clamando EU MANDO NA MINHA BARRIGA nao trazem nada de novo a abordagem de um problema social que corre o risco de eternizar-se quando se poe em confronto estas duas verdades tao evidentes.

A pratica do aborto e uma realidade,que tem consequencias,quer queiramos quer nao,positivas para alguns e negativas para outros.
A hipocrisia dos defensores do direito a vida "tout court",como os Populares,e moralmente indefensavel a luz das justificaçoes sobre QUEM deve ter esse direito: o feto ou os seres que dizimam em guerras de conveniencia.

A irresponsabilidade das barrigas nada tem a ver com a irresponsabilidade dos pulmoes dos fumadores.Confundir liberdade individual com o direito de dispor de vidas alheias consoante nos aprouver assemelha-se ao argumento dos outros.Indefensavel moralmente,portanto.

A Democracia,como um conjunto de normas de relacionamento numa sociedade,levantou na sua pratica,problemas de conciliaçao entre a pratica individual e os interesses colectivos,ate hoje nunca resoilvidos.O aborto insere-se,a par de outros nesta problematica,em que as normas mudam consoante as maiorias eleitas e a moral vigente.O relativismo que assolou o racionalismo dominante tinha fatalmente de atingir as normas morais.E atingiu-as de tal maneira que passaram a ser simples praticas comportamentais que variam consoante as justificaçoes subjectivas,que em ultima analise tem a sua validade aferida pelo grau de EMPATIA do meio circundante.
A transitoriedade,exige leis que a contenha nos limites do aceitavel,e isso chama-se BOM-SENSO.

E o que esta a faltar,tambem nessa discussao.