quinta-feira, abril 10, 2014

ROSA, ROSAE,...

SCHIUUUUUU!

O sr. Luís Rosa, editorialista do jornal " I " de hoje verberou a inaudita sugestão do militar de Abril, Vasco Lourenço,  presidente da Associação com o mesmo nome, uma testemunha que  mantém viva junto do povo português a importância de uma data e de uma façanha histórica que se tornou, junto da opinião desse povo, o mais importante facto político da sua história. 

E qual foi ela? Discursar, como convidado, nas cerimónias protocolares e oficiais que a Assembleia da República vai levar a efeito nessa data.
Uma pretensão chocante, anti - democrática e com laivos de chantagem inadmissível afirma Rosa, para quem uma democracia representativa e digna desse nome se esgota no protocolo que a soberania do povo delegou aos seus representantes eleitos. AQUILO QUE ELES, os delegados, FAZEM COM A DELEGAÇÃO SÓ A ELES DIZ RESPEITO - é o que se pode concluir sem nenhuma contradição que as normas, directivas e leis que fazem e aprovam durante o período da delegação e que lhes servem para legitimar, em sede própria, convém ter presente, e não à rua para onde pejorativamente atiram as consequências e a soberania e o poder que os elege. 
Ora foi da RUA donde veio a sugestão  e , na opinião do sr. Rosa, para onde se deverá devolver o que ele chamou de chantagem.
A ideia, que faz escola junto de certa massa cinzenta é que as Forças Armadas, naquilo que se convencionou chamar de submissão democrática faz jus e entendimento ao que se espera também dos cidadãos - SUBMISSÃO DEMOCRÁTICA. Ora, a simples(!!!???) justaposição desses dois conceitos em virtuosa parelha é, no mínimo, uma estupidez conceptual.
Reduzir os , antes de tudo, cidadãos, das Forças Armadas pós - Abril, a robôs, mesmo como ideia ou uma projecção desejável à sua manipulação em prol dos interesses e PENSAMENTO de meia dúzia de civis eleitos, é revelador da ignorância do que elas são e se auto - representam nas suas funções dentro de uma Democracia.

Em vésperas de comemoração dos 40 anos de Abril, a banalidade discursiva pretensamente doutrinária sobre elas releva, repito, a ignorância sobre o que se pensa ser um bando de analfabetos curvados à sageza dos Rosas.
A Assembleia tem toda a liberdade de convidar quem quiser ouvir, como o faz com frequência e dizer não a quem solicitar fazê -lo em toda a legitimidade que possuir ou pretende possuir. Não poderá e não o fará, decididamente, tecer considerandos ofensivos sobre o tema.

O sr. Rosa fê - lo e a liberdade que hoje teve para o fazer também a deve aos capitães de Abril.
E é com a mesma liberdade que lhe peço: - CALE - SE!

domingo, abril 06, 2014

D' A ELITE DO REGIME XI

                                                 
                                                                    O CHERNE

Se o tempo é de balanço, façamo -lo, na perspectiva de um cidadão europeu...

A excepcionalidade de lideranças revelam - se nas CRISES, que, pela sua natureza anti - burocrática exigiriam um tipo de liderança de outro timbre que não a florentina Direcção, a sobrepujar o arrojo, a firmeza, a independência e a Visão, que deveriam marcar  a Comissão Barroso.

Eleito, com a oposição da França e da Alemanha e o apoio directo de Bush e do resto da troika que o apoiou na agressão ao Iraque, com a abstinência do resto da U.E, U.K de Blair e Espanha de Aznar, Barroso, na apresentação da sua candidatura prometeu uma " mão de cura " para os males que assolavam as relações azedas entre USA e a UE e cozinhou as palavras de circunstância  sobre a Estabilidade, Coesão e Crescimento no espaço europeu.
Se em relação à normalização das relações entre os parceiros das Democracias benzidas do Ocidente saiu - se bem até Snowden, o mesmo não se poderá dizer sobre a sua principal missão como presidente da Comissão europeia, onde actuou em plena subordinação à França e à Alemanha contaminando objectivamente o projecto europeu no que tinha de mais virtuoso - a Solidariedade - no sentido da aproximação e Convergência das nações menos desenvolvidas ao Club restrito liderado pela Alemanha.

A última CRISE teria sido uma oportunidade única de fazer valer as prerrogativas do cargo, se para tanto tivesse engenho e arte além da capacidade de resistência e apego ao cargo, remetido que foi ao papel de porta - voz dos Quatro numa Europa em expansão comunitária e em depressão política, económica e financeira.
Bruxelas tornou - se numa gigantesca repartição de Finanças e a Política, melhor a retórica política, despachada para um Parlamento cuja relação de força actual o tornou surdo e  imune aos sinais de uma degradação conceptual de um soberbo projecto que Dellors tanto acarinhou, está reduzida à vigilância e controlo de excessos orçamentais, sem grandeza, sem audácia, sem visão que ultrapasse as folhas do excel.

Para um presidente da Comissão que prometeu combater a Euro - apatia, o resultado dos seus esforços remetê - lo - ia a uma depressão prolongada se se não se desse o caso de ter estado simplesmente a cumprir directivas emanadas por quem manda.
E.... convenhamos, fê - lo com muito zelo. E deixou uma herança pesada que a contumácia tornou difícil de erradicar no futuro.