domingo, julho 31, 2011

TO BE or NOT BE...

Anders Breivik, com a sua violenta acção política, condenada em todo o mundo civilizado, suscitou um melancólico e para mim desdramatizador raciocínio de J.P.Pereira no semanário SÁBADO de 3/8 na sua coluna A lagartixa e o jacaré.

J.P.P.
vem dizer - nos o óbvio, apelando à nossa lembrança do que a Civilização fez de nós, a mais brutal e assassina espécie do planeta, como objectores desse apelo natural.

A violência JAZ no nosso ADN quando a Cultura consegue fazer de nós primatas racionalmente civilizados e do estado LATENTE torna - se mortalmente eficaz quando a Razão a liberta da racionalidade, a dirige e brutalmente lúcida nos seus propósitos presumidos quando a ela se acresce uma ideologia, um propósito de vasta incidência que uma cumplicidade " adivinhada " alimentou.

Breivik passou - se como se
passaram todos os homicidas. Aos porquês de uma civilidade normalizada que vai aprendendo a abominar o assassínio, apesar do mau exemplo dos seus Estados, homicidas acobertados por alibis de duvidosa transigência, há sempre uma resposta que mesmo um encolher de ombros configura.



Enquanto houver " razões " para matar, enquanto se assistir, descansados pelas justificações governamentais à matança de quem mata, por que não aceitar que um indivíduo isolado mate em nosso nome, em nome de uma guerra justificável sobre interesses colectivos dos cidadãos dos Estados que a praticam?

O homicida, o terrorista vencedor, seja ele um indivíduo, um grupo de cidadãos, uma nação, um Estado, uma Ideia, tem clemência universal. Porquê?
Porque históricamente a sua acção foi adequada. ESSA é a venal verdade de hoje.
É claro que concordo com J.P.P. quando nos aconselha a distância de seres como Breivik, sob o risco de contaminação. Uma obrigação higiénica que lamento contudo não ter sido universalizado para os cidadãos cujos dirigentes multiplicam a chacina a uma escala tal, que de tão absurda nos seus propósitos e de tão hipócrita nos seus objectivos declarados, quase justificaria a " desdramatização " da acção tresloucada e inapelávelmente POLÍTICA deste cidadão norueguês.
Faltou dizê - lo...









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