quarta-feira, dezembro 07, 2016

DEMOCRACIA - A NOVA FACE


UM LONGO CAMINHO...
... tem percorrido a Política, como sortilégio de governação dos povos, na procura da Utopia harmonizadora das relações humanas, dentro da mais mortífera e letal espécie que sobrevive, até hoje, soberana, neste edénico planeta.

Já quase todos os regimes foram testados na procura desse ideal, das aldeias às cidades, da nações aos países e destes ao planeta. entre mortandades recorrentes que tem abominado a RAZÃO, o único e identificador denominador comum do sapiens.
Todas as definições e reduções identitárias foram esmiuçadas já na caracterização do Homem; do seu carácter anti - natura ao seu produto, do lobo predador da própria espécie quando não, planetário.

" A evolução é lei da Vida e não existe evolução que seja pelo individualismo " - Óscar Wilde

A RAZÃO foi o órgão estimulador da pulsão de extinção simbólica e objectiva do Outro, da diferença. A primeira vítima foi o Neandhertal.
Chegámos, enfim, à Democracia, no caldeamento de todos os males e ficámos com o mal menor, sem que a nossa sanha predadora se tenha abrandado, pelo contrário, refinou - se com e pela Ciência que, ao mesmo tempo que nos ensinava a salvar vidas pela cura, apontava - nos, com mestria, a eficácia do extermínio em massa.

SÉCULO XXI

Poucos países, hoje ditos democráticos, se sentirão confortáveis e seguros com a vaga revolucionária, porque anti - sistema na sua vertente globalizada, que assola, pela deploração, os caminhos, hoje minados e contrabandeados, dos fundamentos tidos como óbvios adquiridos e iluminantes da essência da Democracia Liberal, a exemplar pelo Globo.
Nesta vaga, enxameiam os novos putativos " caudilhos " da Revolução, perante a surpresa, Valha - nos santo Ambrósio! da Racionalidade vigente, trôpega e desarmada do seu gatilho ético que tão diligentemente relativizou pela individualidade soberana, à ingenuidade dos loosers.

Um rápido olhar pela História dos séculos democráticos, que de quando em vez, foram abalados pela tocha fascista, ajuda - nos a perceber a realidade de hoje através do papel que as elites tiveram no abastardamento do contrato social que permitiu a emergência da Democracia.
Levou tempo a interiorização pelos povos da percepção do logro que um armadilhamento sufocante e impassante das suas Vidas, da sua natural " agressividade " na condução do seu destino enquanto os predadores se alimentam na placidez da manada, temporalizada e desatenta, quando não objectivamente enquadrada e emparedada por todo um edifício burrocrático e jurídico de contenção e controlo das suas acções.
A leitura, hoje dita populista, em tonalidades pejorativas, de todas as faces desse acanalhamento da virtude democrática deixada aos deplorables e aos dispensáveis pela Globalização, abriu espaços ao aparecimento de lideranças representativas, oportunistas ou mesmo verídicas, corporizando o vazio deixado pelo enclausuramento da História e... da dinâmica dialéctica da Democracia.

Aqui, pelo Ocidente ou noutras paragens do Globo, a Democracia velhaca que para lá exportámos em Globalização, envenenada de contrabando libertário, a selvajaria financeira tem reduzido vastas camadas da população humana à miséria e à degradação cavando um abismo já intolerável não só entre as nações como dentro de cada nação, entre os beneficiários da produção da riqueza Global.
A perda vertiginosa dos crentes democráticos para outra coisa diferente DISTO não irá parar até que esta revolução reaccionária se esgote na barbaridade humanista que vai depondo a normalidade, substituída já pela esperança NO QUE VIRÁ.

A tendência, diz - nos a História ainda recente, será a iluminação pelo facho fascista, racista e xenófoba a atirar - nos de regresso às fronteiras de estados-nação e, pela própria recorrência dos seus condicionalismos e contingências, ao conflito provocado por quem se considerar mais bem preparado para ele. Engane - se quem acreditar na impossibilidade de, num mundo nuclear, ficarmos pelas posições extremadas, por escaramuças regionalizadas.
É que nunca como hoje, intuo, num mundo sem referências éticas, apesar e  pelo estouro tecnológico e cibernético, a Estupidez, a Ignorância, a Imoralidade, a Negligência Filosófica e a Arrogância Financeira, foram tão destemidas e... tão Globais.

O óbvio democrático está... em desactualização, em modo reset.