sábado, janeiro 01, 2011

EIS - NOS EM 2011

... E, sem nenhumas ilusões antecipadas, a não ser continuar a celebrar mais uma passagem de ano com o " rebuliço " familiar controlado em baixos décibéis,seguir a evolução do SAPIENS , que, a passo de caracol, faz o seu destino neste belo planeta.

quinta-feira, dezembro 30, 2010

GENEALOGIA!!!!!?????

... Ou, por outro lado, CARTA ABERTA AO CLUBE DOS DESCENDENTES

Confesso que não queria reagir, mas há coisas que a minha " genealogia ", minha, porque não herdada, sem alter - egos de nenhuma ordem a não ser a DECÊNCIA que me moldou, não aguenta, ou é do meu nariz?

Sim, sei que esta é uma palavra em esvaziamento e no entanto, pergunto:
- Genealogia para explicar o QUÊ? O valor real do indivíduo? E o que é isso do valor REAL?

Sei que Hitler, sem genealogia aplicou -a no contexto da depuração rácica da sociedade alemã. Também sei que Lincoln, outro sem genealogia, desprezou - a e combateu - a na Guerra Civil americana e de uma penada, a escravatura que lhe dava sustento e caução.
Se a História dos povos e o percurso espiritual, exacto, espiritual e não religioso dos indivíduos dependessem das suas origens, a História contemporânea iria, de certeza, por maus caminhos se à sua positividade como percurso desejável de evolução ( e é disso que se trata )do Homem dependesse do domínio, real ou imaginado da aristocracia genealógica; e pelo que sabemos hoje, pela diluição do conceito genealógico da família e dos filhos de família a juventude da Europa tem sido exemplar na demolição desses " luxos " aristocráticos varrendo - os para debaixo da tapete quando não os esfrega na cara de um certo conservadorismo saudoso dos tempos dos escravos dos avós.

Para encurtar, quero crer que a valência do Homem, antigo ou moderno, sempre se fez no recanto da sua consciência e, embora reconhecido por outros, anonimato, e para os que privilegiam a acção concreta e exposição, em ética e na sua aplicação concreta - moralidade.
Sem isso, só lhe restam as árvores da sua condição, de chimpanzé.

Percebeu - se, quando Sócrates, um exemplo, apareceu como P.M. a " perplexidade " de tamanho desafio - Quem é este e de onde vem? foi a pergunta que o povo nunca fez.

Definitivamente NÃO, a genealogia tem tanta importância na psique, pelo menos na minha teve, como o estado do tempo no meu humor. Só me sugere meras reflexões, racionais e nunca sentimentais ou de outra índole.

É que sou do tempo dos bébés - provetas e dos clones...

DA ÁFRICA...

... ou a análise de um intruso sobre " agenda Africana!!!? ".

Confesso que vejo com pouca complacência as críticas que generalizada e recorrentemente surgem a propósito dos males da África, nomeadamente quando se suportam sobre bases éticas e morais e não reflexões fundamentadas da genealogia da evolução política de um continente que só recuperou a sua História há pouco mais de sessenta anos.

O olhar sobranceiro sobre a corrupção em África, sempre generalizada, quando comparada com a monstruosidade implícita no código genético do sistema que a alimenta e em plena globalização pelo Globo, o Capitalismo,é de uma hipocrisia atroz.

Falar de África implica NECESSÁRIAMENTE uma abordagem histórica do antes, durante e pós-colonialismo e ela terá de ser sempre ideológica, para lá das estatísticas que o aparente sucesso de Botswana apresenta.

A ideia, como aparentemente o texto de H. Raposo reflecte sob o título - O caos em África - no " Expresso on-line " de que o sucesso de qualquer democracia, em qualquer parte do planeta, Botswana, para o caso, implica uma clonagem, natural, crê ele, de culturas e organização social donde brotariam, num passe de mágica, a triunfante democracia de tipo ocidental,não pode ser levado a sério.
Este espaço é demasiado pequeno para citar textos de africanos, políticos intelectualizados ou intelectuais que se tornaram políticos, mas remeto este texto para as intervenções dos pais fundadores das novas repúblicas pós - colonialismo, nomeadamente Cabral, Senghor, NKruma,Nasser, etc.
É procurá - los, lê - los, conhecer as suas projecções das sociedades que queriam implementar e seguir com ATENÇÃO o boicote insidioso que o Ocidente e a URSS teceram sobre as jovens nações.

As leituras serão sempre ideológicas, assim como a interpretação, insidiosa, dos factos quando se quer colar percursos formatados a realidades que não se conhecem de todo.

Podem sempre comparar com o texto, por exemplo, do Luís Naves no blog Albergue Espanhol sobre a temática africana, como foi orientado e ver a diferença.


Adenda - É que olhar para a História Mundial e África tem sido parte determinante dessa História, com o olhar frio do historiador SIR Martin Gilbert em História do século XX, um acervo importantíssimo e neutro de factos, como tem sido o olhar do cidadão europeu sobre a África, dizia eu, é muito diferente de ler O livro negro do Capitalismo, para mim infinitamente mais importante para o balanço da História.