sábado, abril 06, 2013

" CHUMBOS "

Quantos mais reprovações serão precisas até que o aluno se convença de que o chumbo ou aprovação que interessa  e tem a primazia  é o nacional e não o estrangeiro?

Quando é que o nosso governo interioriza o facto determinante de que não há uma política comum europeia e tampouco uma economia comum e que temos uma moeda única cujo valor é cambialmente díspare para cada um dos estados?

Quando é que os dirigentes nacionais se convencem que sem um reforço da sua rectaguarda política ( o apoio expresso do seu povo ) tem voz de burro e que a tolerância que a sua obediência induz menospreza - o objectivamente perante os avaliadores?

A tentativa canhestra de manipular a Justiça, vista como um conceito táctico e não um produto histórico, faz parte da nossa história política, umas vezes com resultados satisfatórios para o Poder e outras nem tanto. Desta vez, falhou, por motivos óbvios.
A Justiça sentiu que o poder executivo e legislativo estava a atirar para cima dos seus ombros uma responsabilidade que não lhe competia e que se resumia à avaliação, neste caso, da constitucionalidade das normas por eles emitidas.
Exigir uma avaliação POLÍTICA ao que é estruturalmente jurídico partiu do pressuposto de uma cumplicidade dada por adquirida entre a " elite " do Estado, cumplicidade essa baseada na crença de que a Ética já teria sido também abandonada por aquelas paragens. Felizmente, não foi o caso.

O caso Relvas encerrou - se com o chumbo de mais um aluno cábula e a sua dispensa do grupo dos doutores a quem as suas artimanhas ensombraram, por conhecidas e publicitadas, o doerismo empreendedor. Saiu com azedume, quando posto perante as razões do Estado, o que foi normal, já que nunca confundiu os dois interesses em presença.

E agora? Quando o anão político da presidência disse o que a sua prudência avisada, glosada e gozada, não descortinou - Não haverá eleições antecipadas -  antes de conhecer as decisões que irão sair do conselho de ministros que a esta hora está a decorrer?
E se o Governo apresentar a demissão? Irá assobiar para o lado ou envidar esforços num governo de salvação nacional quando o parceiro maior da coligação deu por terminada, como caso perdido, a colaboração com o PS?

Terá suficiente política ou a sua responsabilidade esgotou - se nos avisos sibilinos?

quinta-feira, abril 04, 2013

D'A VACUIDADE POLÍTICA...

... De hoje, globalizada em todas as paragens do planeta se reflecte em melancolia o homem atento.

A Vida, aquela caracterizada por Gasset, esboroa - se nas urgências que o sonho, hoje cativo, não pode atalhar na contemplação do outro real, aos poucos transfigurado entre dois universos de aquisição, representados pelos que têm dinheiro ou não.

" Só a descontinuidade induzida pelo sonho torna suportável a vida " - E. Cioran

O espaço, rico de projecções, que essa descontinuidade transporta, avisos/alertas/barramentos/ cepticismo, a par de possibilidades/energizações/positivismo/, é essencial no processo consciente de crescimento e amadurecimento do indivíduo e por reflexo das sociedades e das nações.

O sonhar acordado, viver, conjugando o sonho com o real, resume -se, nessa narrativa ( sans blague...) de cariz fascista que o sistema sustenta, onde a posse/circulação de dinheiro, subtraído à realidade concreta dos governados, à economia e ao regime democrático, resume - se , dizia, à subserviência, individual e nacional perante quem o detém, emporcalhando objectivamente o bem mais precioso que  sustenta o regime - a Liberdade. 

O governo que está hoje em Portugal tornou - se alvo de todas as censuras imagináveis pelo que de criminoso se prefigura a sua acção no assassinato dos sonhos de uma geração. Nenhum erro, de qualquer governo pós-25 de Abril foi definitivo e as suas eventuais consequências foram quase sempre minoradas pelo governo seguinte, na maior parte dos casos; sim, não havia decerto na Europa tanta mediocridade,  tanta desfaçatez nos líderes de então, nem tanta subserviência em relação à Alemanha e sim, houve crises económicas que a Política soube resolver.

O que temos hoje? Vacuidade e pesporrência a rodos, futurologia e autismo, bravatas e manhas a esconder uma intolerável demissão das obrigações do Estado, a começar pelo respeito da sua soberania e do seu povo.
Este governo não precisa que o demitam, já se demitiu, assim como o seu protector no palácio de Belém. É um governo de gestão e desgraçadamente ainda vai fazer muuuuito mal ao País.

Eu bem me lembro do então candidato a chefe de Governo, Passos Coelho, dizer que iria desmantelar o Estado e também vi a ingenuidade e boa - fé ajudá -lo nesse propósito.
O que também sei, o que parece ser um anátema para este governo, é que os erros, uma vez aquilatados devem ser corrigidos com celeridade. Pena é que 4 anos seja demasiado tempo de desmantelamento. Só restarão ruínas e aposto que ninguém IRÁ PARAR À PRISÃO.