sábado, outubro 02, 2010

ELEIÇÕES NO BRASIL...

... OU, POR OUTRO LADO,opções de classe.

A Política não deveria ter NADA a ver com " jogos sujos ", mas a realidade não se compadece com a nobreza da função, pela simples razão de que o Homem, capaz de grandes criações éticas e de efabulações utópicas que aparentam transcender o " ANIMAL " sempre presente na raiz da sua anima e naturalmente suporte da sua " consciência " não consegue superar o imediato em prol do futuro da espécie, condição biológica aparente e paradoxalmente ultrapassada pela sua Razão.

A opção de classe que se apresenta hoje no Brasil, cuja população aplaude globalmente a orientação do seu Presidente cessante e consequentemente a eminência, não necessáriamente parda, do seu braço direito Dilma Rousseff,deveria ser clara, suficientemente clara no que à aprovação do aplaudido concerne.

Mas... a Razão tem razões que a Razão desconhece e uma delas prende - se com o que nos induz à DIFERENÇA, que o nosso trajecto hoje, heranças ontem, mais-valias culturais actuais adquiridas ( por vezes derivadas dessa política popular do Lula, por exemplo )e merecimentos exigíveis, nos leva a desertar da RACIONALIDADE, da capacidade de separar o certo do errado, sob o alibi do cansaço.

Louve -se a coerência, na linha dessa análise, de quem, em abrangente leitura do REAL, qualquer Real,consiga distinguir o melhor caminho de evolução, do bairro, da vila, da cidade, do concelho, do País, do Planeta e em militância, FAÇA o que pode para que ISSO aconteça.

A escolha, no Brasil, em Portugal, na minha amada terrinha,ou no planeta, é NOSSA.
Não vale a pena sacudir a água do capote e endossar as culpas aos nossos eleitos. Pela simples razão de que os seus QUATRO anos de actividade NUNCA SÃO CAPAZES de fazer danos de vulto de que não se possa emendar.

Se houver mudanças de políticas no Brasil,( os corruptos justificam a existência da POLÍTICA )para mim será uma grande desilusão.

E QUAL É O SEU CONTRIBUTO...

...PARA RESPONDER À SITUAÇÃO? - José Sócrates à H.Apolónia em debate parlamentar na apresentação de novas medidas de contenção do déficit orçamental.

Essa pergunta deveria ser extensível ao PAÍS...

Chora - se o declínio de uma média- burguesia que NUNCA existiu ( em extensão, pelo menos )e que tinha vivido até hoje na fantasia de um bem - estar ancorado no crédito barato,assim como o próprio Estado,e lamenta - se a ilusão finda da incapacidade de produzir riqueza, para si e para o PAÍS.

Portugal escolheu o " espaço " onde se quer situar e não tem outra opção a não ser cumprir, " papagueando " com os parceiros dessa coligação,as regras que O habitam.
Sol na eira e chuva no nabal pertencem a um mundo edénico que colapsou.

O mar convidou - O à aventura, à " vista larga ", a vastos horizontes e ele escolheu Santa Comba, até hoje.

A " ingovernabilidade " de Portugal é culpa sua.

O erro de Sócrates, assim como muitos outros líderes políticos que tentaram governar o País foi o acreditarem nas capacidades de superação e ambição patriótica, sim,PATRIÓTICA,da sua população de elevarem o País para patamares de desenvolvimento consentâneos com a época em que vivia.

O País não quer responder a estímulos que o afastem da sua " pança ", da sua infantilização crescente e da sua babuína sexualidade. Ainda em fase anal, faz birras e QUER COISAS, como os Outros possuem.

A pergunta de Sócrates é dirigida ao País.

NADA tem ele de justificar pelo fracasso das suas recorrentes medidas/tentativas de MUDAR o que NÃO QUER SER MUDADO porque ele é um político no activo, o que eu não sou, e não pode dizer o que eu posso - As medidas, sucessivamente tentadas e emendadas não resultam porque vocês NÃO QUEREM. NÃO ME MERECEM, como não merecem aos que de vós se afastem. Megalomania? Definitivamente NÃO!
A mediocridade funcional entende - se e funciona bem na mediocridade geral - profissional,intelectual,emocional,física,comportamental,cívica,ética e BIOLÓGICA.

FOI O QUE CORREU MAL e continuará a correr mal até que a mudança que se sonhou possível encete a sua definição no entêrro definitivo da imaturidade lusa.

TUDO VALE A PENA SE A ALMA NÃO FÔR PEQUENA, já sonhava o poeta...


ADENDA 5/10 -É claro que quando disse -NÃO ME MERECEM - estou a pôr estas palavras na boca de qualquer optimista que julga poder mudar o Homem, pecando eventualmente por soberba e ilusão de combater moínhos de vento...

quinta-feira, setembro 30, 2010

FRACASSOS...

Uma das características marcantes do sistema capitalista tem sido a aleatoriedade que marca as suas " projeccões " de futuro a médio e a longo prazo.
A razão principal dessa incapacidade de prever, com margens aceitáveis de erro, prende - se com a negligência associada a um elemento essencial na resolução das equações financeiras e económicas que é o CIDADÃO,do sem-abrigo ao Madoff.

A imprevisibilidade sempre presente no seu comportamento, associada à sua definição ética,remete, nesse espaço de liberdade que o sistema exige,à adivinhação do real imaginário sobre o qual se comprazem os teóricos, os políticos e os leitores das folhas de chá - os economistas.

O abandono de facto da planificação do Estado, qualquer Estado,hoje remetido a uma visão ÚNICA, a do Ocidente, deixou essa obrigação aos especuladores financeiros, que donos de um espaço formatado por eles - o do Direito, reduziram o planeta a um gigantesco CASINO.

Entrámos num mundo cego e que está à mercê do acaso que se acentua brutalmente em vez de ser reduzido ao mínimo antecipando as suas ocorrências, na Natureza e no espaço das Nações e dos Estados.

Em tempos referi-me por aqui ao fracasso da Política. A sua decadência, remetida à mediocridade dos seus títeres e à infantilização mórbida do CIDADÃO,está a criar o caldo perfeito para o regresso ao CHIQUEIRO.

Portugal entrou para uma sala de jogo onde as regras estão feitas para um tempo do qual está em atraso de décadas e não soube preparar - se para a corrida.

As consequências estão aí...