sexta-feira, outubro 29, 2010

AZEDUMES...

Portugal vive envolto numa bruma espessa e tenaz.

Como por aqui comentei em tempos, só a Ciência, algumas ciências, me permitem acreditar que o Homem saberá que a sua História está ainda por fazer, saiba ele libertar - se da MANIPULAÇÃO e da IGNORÂNCIA.

A intrujice e a ignorância andaram sempre de mãos dadas; uma não existe sem a outra. Contudo, o que pode ser distinto neste emparcelamento é a capacidade do ignorante ser intrujão e o intrujão ser, por vezes, ignorante.
Por outro lado, é evidente que tem de ter uma inteligência superior ao intrujado no que à intrujice concerne.

A educação, a instrução, a cultura deviam ser defesas contra a intrujice se a racionalidade fosse o motor do comportamento humano no que de mais importante houvesse para a sua Vida e, não menos importante, para o Colectivo.

Sabemos que não é assim...
A Política foi sempre o palco predilecto de actuação de intrujões, mas seria errado atribuir a esse universo o epíteto de " Universo DOS intrujões ". Quando muito, DE intrujões.

Nesta dança orçamental percorreu - se todos os ritmos, da valsa ao breakdance, do bolero ao rap. Agora é a contra-dança num tango descompassado e gay.

A orquestra toca lá longe e a mestrina afina o côro numa estratégia macho.
Tornou - se, enfim, mais fácil subjugar a Europa segurando - a por onde mais lhe dói...

quarta-feira, outubro 27, 2010

NÃO, INFELIZMENTE,OU TALVEZ NÃO,NÃO...

As avós da minha terra, perante umbigos hipertrofiados em crianças ou em adultos, dizem que pertencem a bébés-chorões.

O País foi deixado entregue a " perspectivas " de futuro assentes em estratégias partidárias. É evidente que os partidos têm toda a legitimidade de urdirem todas as tácticas e estratégias que cozem nos órgãos dirigentes para alcançar o Poder.

Tudo bem...
E qual o nosso papel, perante TODAS AS POSIÇÕES JÁ CONHECIDAS?

Os dois partidos de Poder " ajoujam " dois líderes com problemas pessoais, que agora também se estenderam aos números dois e dentro em pouco a tudo o resto.

O País que se lixe..., pois então...
Sacrifícios por um bem maior? Patriotismo?
Mas será que esse pessoal tem mesmo consciência do Mundo em que vive e dos lobos que a cada dia engrossam a alcateia?

TENHO SAUDADES DE UMA REVOLUÇÃO!!!,que não virá, mas é por essas e por outras que o terrorrismo urbano nasceu nos anos 60.

Será que a confiança na domesticação das massas pela Democracia permite TANTA segurança por um lado e TANTO desprezo por outro?

E O ABRUPTO TAMBÉM...

Disseram coisas diferentes...

Do estatismo de um ao cepticismo militante do outro a distância não será tão grande. A diferença é dada pela melancolia de Cavaco e a bordoada feroz de JPP.

O futuro é negro diz JPP, e das probabilidades subjectivas que Cavaco sabe que existem, o " Abrupto " prefere a lei de Murphy.
Para todos os efeitos, penso que o factor humano, tomado individual ou colectivamente está arredado dessas constatações tão objectivas que a força dos factos, HOJE, dá testemunho.

O provável, dessa lista medonha de previsões causa/efeito que o efeito dominó determinaria, na visão misantrópica do " Abrupto ",é que a mesma causa não venha a ter os mesmos efeitos em TODOS e a diferença pode acontecer aí, como os " leitores de folhas de chá ", vulgo, economistas, bem sabem.

CAVACO FALOU...

... E nada de novo trouxe a não ser a " pobreza " que vai imprimir à sua campanha. O discurso é antigo e a pose formalista e legalista mantém - se.
Previsível, dada a sua posição " partidária ", aflora levemente uma intenção de mais influência sobre o estado das coisas. Veremos...

Tenho por mim que não será por aí que o País se vá sobressaltar na sua mansa letargia.
A capacidade de adaptação deste povo é lendária. Adaptar -se á aos novos tempos e saberá dar a volta apesar do Fado e por causa dele.E saberá sofrer como só ele sabe...

No meio de tudo isto só me surpreende o silêncio dos jovens.Ainda ancorados à protecção paterna, ao Facebook, Twitter e quejandos abandonaram a Rua e a vida publica.
O niilismo manso sacudido pela estiagem anual em aglomerações da tribo, prolonga -se pelos anos.
Até quando?

terça-feira, outubro 26, 2010

NEM MAIS...

...nem menos...

Com a devida vénia ao Daniel Oliveira transcrevo as suas palavras, só para repisá -las: " O que me espanta, o que sempre me espantou, é haver tantos, entre os que devem à maternidade pública o seu nascimento seguro, à escola pública quase tudo o que sabem, à universidade pública a sua ascensão social e cultural, ao Estado a sua segurança e ao hospital público a sua sobrevivência, a pedirem o seu emagrecimento. Uns são apenas egoístas: garantida que está a sua condição, os outros que façam pela vida. Outros são só parvos. Esses vão ver agora como elas mordem."

Foi longa a citação e o recado/aviso.

Ontem andei por aqui a glosar, em relação ao novo Brasil, que estava a dar mostras de " cansaço " do seu capitalismo de Estado, abandonando às primeiras sondagens, o P.T.
É claro que ainda não se " aburguesou " totalmente e também sabe que as coisas poderão mudar mas que a tentação parecia forte, parecia.
Felizmente arrepiou caminho, que a sua memória ainda está fresca.

Em Portugal ela virá ao de cima com a nova realidade que se avizinha.