
Dos males da Pátria...
A receita para uma infecção cujo agente provocador se desconhece costuma ser, numa prática expedita, a utilização de um antibiótico de largo espectro, que na sua acção não distingue o " inocente " do malfeitor.
Acontece que na nossa sociedade essa terapeutica tem sido utilizada vezes sem conta pelas mesmas razões que levam os médicos a tentar atalhar, em tempo útil, sintomas cuja origem sem um correcto diagonóstico que só análises despistantes permitiriam reconhecer, o agente patogénico.
Tenho por mim que o conhecimento da realidade " psicológica " do povo português é totalmente alheio a este Governo, nomeadamente a este P. M.
Acontece que Portugal precisava e ainda precisa, pelas reacções persistentes, dessa terapeutica de largo alcance e SÓ por essas razões, pelo HORROR à bandalheira, que não à ORDEM, apreciei e ainda aprecio a determinação de Sócrates em atalhar a infantilização galopante do indígena.
É um dado cienífico que os povos subdesenvolvidos desconhecem a projecção da realidade futura e, evidentemente, os passos a dar no sentido de modificar o presente em prol do sucesso daquela.
Que tenha aparecido alguém que, na minha opinião, quase inconscientemente, por instinto político brilhante esteja a criar os pressupostos dessa MATURIDADE e RESPONSABILIZAÇÂO PESSOAL que tarda é de louvar e de apoiar.
Os DIAGONÓSTICOS sociais, como os últimos da SEDES, abundam por aí. Só que NINGUÉM TEM FEITO NADA, inclusivé eu, por distanciamento dos lugares de decisão,para modificar as coisas, mesmo errando aqui e ali.
NISTO também reside a incapacidade da OPOSIÇÃO. Não há por onde criticar as reformas encetadas senão pelas suas consequências PREVISÍVEIS e NÃO pela sua bondade necessária.
Há alternativas? Que as apresentem ao povo. O diabo é que elas tardam a aparecer, não pela incompetência oposicionista - criticar, melhor, apresentar os efeitos imediatos é fácil - mas pela ausência de FUNDAMENTAÇÃO.
Por isso, só por ISSO é que ainda apoio Sócrates.
A critica que teria para fazer é tão VASTA que abrange a espécie no seu TODO, de maneira que seria de todo injusto atacar quem está honestamente a fazer o seu melhor e a dar o seu contributo para mudar ISTO.