quinta-feira, fevereiro 20, 2014

JUÍZO!!!!...


                                                          UCRÂNIA  

Que não apareçam armas de fogo nas mãos dos manifestantes!


 Os exemplos da Síria e da Líbia que tiveram uma escalada dramática com manifestantes em armas acabou em guerra civil que ainda continua nesses dois países.
A resistência, a determinação, a mobilização, o esclarecimento político, a coragem física, serão os atributos necessários no " diálogo " com o Poder que tudo fará para se defender, como seria de esperar.
Nessas situações, há um trabalho subterrâneo dos agentes  provocadores dum e doutro lado da barricada que poderão levar tudo a perder para a violência dos moderados no poder ou nas barricadas.

Objectivemos...

A situação ucraniana, como em todos os confrontos nacionais, pelo menos das franjas mais esclarecidas ou eventualmente mais assertivas e corajosas na defesa dos seus pontos de vista, é complexa e se o que já foi denunciado como uma provocação  do Poder no sentido do extremar de posições pelo aumento da violência reactiva às armas usadas pela barricada ( pedras e coktais molotovs ) provocando respostas armadas, surtir efeito, em breve teremos intempestivas reacções dos USA e dos aliados europeus,  ( de facto, a Política não é para burrocratas..., que não souberam ou não quiseram trazer a Ucrânia ao Club dos ricos com exigências incomportáveis, na linha das que andam a impôr aos países mais débeis da UE ) com esperadas reacções da Rússia que poderão, em resultado de um pedido expresso do Poder actual, enviar forças armadas para a região.
Resultado?
Um longo calvário para os ucranianos e um esboço serôdio de uma guerra fria requentada que a ESTUPIDEZ  vai alimentar por anos.

Que sejam mais inteligentes que os opositores e mesmo com os aliados instrumentais e que resistam a pegar em armas de fogo, porque sairão a perder.

Paciência e determinação, pois!...


quarta-feira, fevereiro 19, 2014

D' A CONSPIRAÇÃO DOS ESTÚPIDOS


                                                             O BURROCRATA

 Uma das razões do meu medo (aspeio, porque nunca temi nada na vida; ludibriei a Pacificadora por duas vezes... e não acredito que escape à terceirae da insistência com que abordo a figura e o carácter do Burrocrata (  funcionário do Poder ou não, é uma configuração mental... ) deveu - se à leitura de Arendt e à sua coragem e honestidade intelectual exercitados no fabuloso relatório sobre o Mal, mal, seria melhor pela mesquinhez e banalidade exorcizante de uma qualquer entidade metafísica e desculpabilizante a sobrepujar os nossos actos, no seu livro - Eichmann em Israel - abordando o julgamento da Liberdade versus Obediência vegetativa.

Como nesse confronto universal a liberdade só faz sentido nesse enfrentamento com as realidades terminais, já que fora dele É burocracia e banalidade existencial e não escolha consciente, faltará sempre nas escolhas racionais ( de sapiens adultos ) uma componente essencial à biologia do humano que a Racionalidade, visto como Razão + Ética, necessáriamente deve distinguir em todas as construcções que a banalidade do raciocínio for capaz. E refiro - me à Ciência, à Política e à Tecnologia e à MORAL.

A relação amorosa de Arendt com o filósofo do Ser e do Indizível, Heidegger, o Burocrata que racionalizou a banalidade da Morte, não como um referente natural mas metafísico - " Se trago a Morte para a minha vida, a reconheço e a encaro de frente, liberto - me da ansiedade da morte e da insignificância da vida e só então serei livre para me tornar eu próprio " in Heidegger e um hipopótamo chegam às portas do Paraíso - de Cathcart & Klein, o filósofo que nas palavras de C. F. Alves in Pluma Caprichosa de 12/10/13, deixou de pensar durante a hecatombe nazi, obriga ao abuso da análise comparativa a - posteriori, dos males do conformismo/ aceitação racional de Arendt levado ao absoluto da crença/aceitação moral de um mal objectivo, ( extermínio ) em nome de um bem ( Ordem ) maior, por parte de Heidegger.
O Bem maior que hoje, na mentalidade burrocrática é definida pela aceitação canina das proclamações dos mercados, sobrepujando realidades nacionais que exigem, exigiriam distintas apreciações à luz da racionalidade política, tem sido o marcador do novo milénio nas democracias ocidentais. 
Difícilmente, sem um travão conceptual que a Esquerda contemporizadora e estupidificada está a provar não possuir, todo o edifício que está a ser construído, com uma pobreza ideológica que nos remete à Biologia tout-court, ao individualismo contumaz e ao pragmatismo utilitário e instrumental , acabará, (o nazismo é um exemplo recente e ainda se pergunta como foi possível...) por arregimentar, por necessidades induzidas, nações inteiras.

A radicalização, racionalmente sem sentido, identificada na subida eleitoral da extrema direita europeia denuncia o vazio ideológico no substracto a- político faceado pela U.E.
 NÃO HÁ IDEIAS, não há pensamento estratégico, há embasbacamento rotineiro e doméstico dominado por tácticas eleitorais de manutenção e alargamento do status actual.
REINA, POIS A BURROCRACIA, é tudo e é grave.

Escolhas? Há sempre...

E socorro - me ainda de Cathcart&Klein - " Malcolm andava a passear quando viu uma rã na sarjeta e apanhou um susto enorme quando, de repente, ouviu a rã dizer - lhe:
- Velhote, se me beijares transformar - me - ei numa linda princesa. Serei tua para sempre e poderemos fazer amor louco e ardente todas as noites.,
Malcolm baixou - se, pôs a rã no bolso e continuou a andar.
- Ó! - disse a rã. - Não deves ter ouvido o que eu disse., Eu disse que se me beijares me transformarei numa linda princesa e poderemos fazer amor louco e ardente todas as noites.
- Eu ouvi -. te bem - replicou Malcolm - mas na minha idade prefiro ter uma rã que fala."

UM DIA FRIO ( 4)...



ACAUTELEMO - NOS, POIS... com o CAUTELAR...,


... essa palavra mil vezes repetida no discurso político actual do governo e das oposições.

 A carga intencional, que de um ou outro lado da barricada carrega interpretações opostas e mesmo diversas, consoante o tratamento que ela tem tido, esconde a malícia contida na sua generalização/manipulação no universo eleitoral.

Ao Poder actual interessa o ruído e o susto induzido, numa perspectiva de marcação desviante da agenda política, enquanto vai fazendo passar nos interstícios da barulheira, leis socialmente criminosas, como as que esvaziam a presença do estado no interior do país com o fecho dos tribunais e com as novas disposições legais de suporte aos despedimentos. O governo  continua a demolição, com uma determinação implacável, enquanto os cães ladram sem morder.

Não há Oposição, sejamos honestos, há um conformismo atroz, uma estúpida e cobarde civilidade com quem precisa e merece um tratamento do mesmo nível de violência. Pelo contrário, encurralada no campo da Retórica narcísica e alarve, a Política, desdenhando e acautelando o confronto com os seus representados ( sê -lo - ão? ) mantém -nos à distância civilizada; a Democracia só deve sair à rua para votar e gemer nas manifestações, pacíficas e vigiadas pela própria matilha, enquanto a caravana assiste do alto a passagem dos arraiais.

A POLÍTICA como acção crítica e censória ao desbragamento do Poder, está a  morrer em toda a parte, num desvirgamento que a própria raça, em paragens como Portugal, acompanha com débeis lamentos, desde que depôs as armas em 1920 e os brandos costumes se tornaram a flor da lapela com que se enxotam maus pensamentos.
No entanto há convicções, há coerências, há civilidade, há marcas genéticas indeléveis, há programas a respeitar, há vinganças por cobrar, porque a Esquerda portuguesa actual, afinal ganha ao mito da Direita mais estúpida da Europa, lembram - se? no que à sua própria estupidez concerne.

Aqui, oh meu Deus tanta prosápia oca e coerências doutrinárias de partir o coco, e na Europa, o velho socialismo acompanhou o comunismo ao enterro e ficou por lá em meditação sobre a morte.
Portugal não tem Esquerda, não tem NADA de ideológicamente sustentável, tem personagens carregadas de manhas e espertas que nem raposas, peritas em navegações em mares revoltos que se vão sucedendo nos lugares de enchimento - Chega, agora é a nossa vez!... -, enquanto o Zé rapa o tacho, se quiser sobreviver, como o fazia antes da República, República essa que percebeu, então, que só há evolução no social.

Hoje, no país mais desigual da Europa, temos uma clique democrática no poder incapaz do entendimento das más leituras que os enformaram, se as houve, e que reduz as Riquezas das Nações ao enfoque primário do que a Natureza nos deu de sobra - o Individualismo.
 A batota está na distribuição das armas, Fisgas contra Canhões, Sem/abrigo contra Ulrich, Ignorância contra Educação, Saúde versus Fome, Privilégio contra Exclusão. É que o Mérito  com que os falsos prestígios enchem a boca e convicções, INSTRUI - SE , nas sociedades que se querem em desenvolvimento; o privilégio altissonante da Inteligência donde se quer acreditar a excepcionalidade deveria, deve provir da Educação, igualitária e não só da falsa liberdade de escolha, ela é que deveria ser a aferidora dos direitos da cidadania e das diferenças que qualquer sociedade exige para existir como tal. 
Enquanto a Esquerda nacional continuar a  exibir, ufana, uns os seus princípios, outros o seu oportunismo, e se recusa a ver o interesse nacional ( saberá, de facto, reconhecê -. lo?... ) a dar a mão snob no sentido de possibilitar uma convergência necessária, nunca mais será vencido o Pragmatismo biológico que a Direita apresenta como um programa, em toda a parte do planeta... e com relativo sucesso, convenhamos..., com IDEIAS, discutidas conciliarmente parágrafo a parágrafo.
Mesmo que nenhum líder político actual de esquerda concite o entusiasmo do eleitorado militante ou simpatizante de esquerda existe sempre uma projecção de revolta, de esperança, que a Esquerda não está a respeitar.
E FAZ MAL, até porque a coerência, também ela, está eivada de estupidezes e SABEM - NO.
Como também já deveriam ter percebido que o CAUTELAR é um balão de pré-campanha eleitoral que a Direita europeia não desdenha alimentar, por razões políticas óbvias e que se esvaziará em tempo oportuno.

terça-feira, fevereiro 18, 2014

UM DIA FRIO ( 3)...



Uma das consequências da demissão filosófica prende - se ao abastardamento da Democracia, à contaminação dos seus pilares essenciais dos quais a Justiça, apoderada por uma franja selecta das elites nacionais assim como a Política, despojada das suas preocupações éticas, reflectem o travão que a censura democrática, também ela reduzida a folclore picaresco, sofreu como condição à própria existência de uma realidade democratizada.
A Burocracia, essa dama maldita no tempo da antiga URSS esqueceu - se do Planeamento e deixa - se planear do exterior dos estados à medida em que se vai construindo numa monstruosa arquitectura hiper - controladora da Vida dos cidadãos e dos Estados, aliciados numa perda de soberania que esgota qualquer discussão exterior e ulterior aos mandamentos da cabeça do monstro que qual hidra maléfica paralisa a acção e o pensamento sob um soft diktaat neo - fascista.
Antes que leve um elogio fúnebre e terminal sobre a ingenuidade por parte dos novos pregadores da Democracia globalizante, da Nova Ordem, atentemos nos absurdos últimamente saídos dos patriarcas da UE...

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, face à iminência da independência da Escócia, ameaça com a impossibilidade de adesão, como país independente, ou permanência na UE, antecipando e balizando, como se tivesse autonomia para tanto, qualquer discussão que sobre o tema, obrigatóriamente, deverá ter lugar, ameaça já reiterada aos catalães.

A mesma atitude de controlo,( pouco importa aqui a substância iníqua para o caso em apreço... ) se está a construir sobre a Suíça e a sua votação anti - e(i)migrantes - uma imposição federal a um estado independente, exemplarmente exercitado no resgate financeiro sobre as culturas e modo de viver católicos dos países do Sul europeu aos quais se quer impôr com os " custe o que custar " de títeres deslumbrados, a nova religião esclarecida, democráticamente, é claro!

Uma velhota portuguesa, reportada na TV, contava prazenteira a maneira como foi aliviada das suas compras por um simpático gatuno que lhe terá oferecido ajuda para transportar os sacos, o que fez, literalmente, quando os teve na sua posse.
E ria - se com o absurdo cómico do seu engano, como uma criança que, maravilhada, se interroga - Como foi possível? - com os truques de um ilusionista, alegremente feliz pelo engano induzido.
Assim estão os cidadãos europeus mais penalizados pela Nova Ordem, num idílio perverso com o abate de valores que nos formataram.
Assim tem estado o Pensamento Europeu - BURROCRATIZOU - SE e de relativismos a  perspectivas desconstrutivistas, vai traindo os seus propósitos na ausência de Censura às falsas construções que nos vão sendo apresentadas como produto acabado.