sexta-feira, março 10, 2006


Não será esta, será a nova que está ao nosso alcance, com trabalho,talento, más noites de Ronaldinho e companhia e já agora alguma sorte.
SÓCRATES - da crítica política...

Ouvindo o Fórum - TSF de hoje, dedicado ao balanço ( !!!? ) de um ano de governo, chamou - me a atenção, no negativismo das criticas, o primarismo das opiniões, a ligeireza dos juízos e a AUSÊNCIA da análise, dito balanço.

Tenho por mim que esse facto, pela frequência perturbadora com que aparece à luz do dia nos MEDIA - televisões, rádios, jornais - e na boca da generalidade da população, em todos os estratos sociais, é muito revelador de uma mentalidade emergente que merece cuidados e atenção.
É claro que há excepções, mas ninguém quer saber delas, da sua isenção,da sua honestidade intelectual, se não for para atacar alguém, para amesquinhar ou dizer mal.
A fundameNtação e a ditanciação crítica, ou seja a objectividade que não a factualidade ( distinção importante em qualquer análise ou representação crítica não- estatística ) que permite enquadrar os porquês, os para quês, o horizonte temporal da eficácia das medidas, a não - subjectividade induzida pela ressonância das mesmas, esteve completamente AUSENTE do pseudo-balanço à governação Sócrates.

Isso faz-me acreditar que, a par de outros sintomas que grassam no mundo ocidental, há um impasse, se não um travão psicologico à racionalização, ao pensamento, à análise , em prol do imediatismo infantil das sensações, das emoções e dos sentimentos.
Essa regressão do espírito humano está, a par do formidável mundo mutante dos pensadores cibernéticos, a criar uma " racionalidade " outra - vampírica, parasitária, voraz e extremamente reivindicativa dos seus direitos de multidão.
O universo reduz-se ao tamanho e necessidades dos seus órgãos de sentir- boca, estômago e genitais.

Há uma raiva bombástica acumulada no Oriente e surda, subterrânea e não menos perigosa no Ocidente.
Os sinais andam por aì...e o descrédito sobre a actividade politica, muito por culpa ( supremo paradoxo ) das exigências dos seus cidadãos é um deles.
Sem querer imitar Ezequiel, tempos difíceis nos reservam as gentes que reivindicam os seus direitos. Sim, porque os DEVERES que cada um tem com a Sua familia, com os Seus filhos, com a Sua saúde, com a Sua educação, com o Seu País, entregaram-nos às mãos de quem descrêem da sua capacidade, os Idiotas Úteis dos politicos, alibis eternos da nossa desresponsabilização.

JÁ NÃO HÁ PACHORRA PARA O CHORADINHO!!!
BENFICA EUROPEU

Passo a passo o GLORIOSO começa acreditar na solidez e caráter da sua equipa, onde, qual marca indelével do gene lusitano, só Nuno Gomes, ainda descrê da capacidade da equipa :( as suas frouxas exibições mostram-no à saciedade ). Repetidas vezes, nos seus comentários, transparece um negativismo desmoralizador e crença da capacidade alheia dos outros. Pelo contrário, o positivismo, o espírito de luta e a crença das suas capacidades e as dos companheiros faíscam nas palavras de LEO, Alcides, Luisão. Talvez não seja por acaso que o Benfica que está a ressurgir muito deva aos brasileiros do plantel; isso sem pôr em causa a raça de Petit, M.Fernandes, Nelson. Mas o freio do pessimismo e descrença tem aparecido mais vezes entre os lusitanos, por vezes em alturas - chave, do que entre os brasileiros.

Que ORIXÁ continue a abençoar os seus crentes, que vem aí um osso duro de roer, de seu nome Barcelona, que vai exigir dentes arreganhados e não salamaleques de vassalagem.

domingo, março 05, 2006

NEM DE PROPÓSITO...

Mário Cláudio citando Augusto de Castro, como grande observador do carácter dos portugueses, que diz coisas que o nosso dia- a-dia profissional a percorrer o País de lés - a - lés em contacto com os seus habitantes, na leitura atenta do que se faz e diz, no conhecimento de trinta anos dos actores e autores da nosso praça, passe a imodéstia, me dá alguma credibilidade para sublinhar por baixo o dejá - vu.

" O pensamento entre nós, em regra tem bílis, daí o nosso pouco jeito para a sociabilidade, o abuso dos sentimentos depressivos, um mau humor latente que vai desde a rua ao livro " - " Portugal sofre de falta de simpatia colectiva. Elogiamo-nos ou atacamo-nos. Raramente nos conhecemos. " - diz A. Castro

É claro que o conhecimento do OUTRO não implica a desculpabilização nem a compreensão a cumplicidade. Nada nos diz que o conhecermo - nos obriga a um melhor relacionamento e se aquilo que conhecermos não nos agrada isso leva-nos a estar de sobreaviso. Daì a tocaia que mina a abertura que dá confiança e cria a má- fé quase permanente no relacionamento interpessoal e colectivo.

Não reconhecemos qualidade nos outros porque não as possuímos, não as conhecemos. A empatia torna-se impossível e a simpatia é quase sempre interesseira, quer retorno, compensação psicológica.
Pois é: o mundo não é perfeito e a espiritualidade, perdendo para a materialidade conduz-nos a uma conclusão óbvia - o triunfo do natural sobre o cultural, do instinto de sobrevivência sobre a satisfação do que já devia, no século XXI estar adquirido - as necessidades básicas de qualquer espécie