quinta-feira, maio 04, 2017

O DEBATE

ELEIÇÕES FRANCESAS

Pouco mais a acrescentar sobre os intérpretes do aceso debate de ontem entre Macron e Marine Le Pen que não seja já do conhecimento público.
Esperar - se - ia um golpe de asa contundente que permitisse a superação política de um programa sobre o outro, tendo em vista a exacerbação polarizada contida nas propostas redutoras dos candidatos trouxesse um élan motivacional aos indecisos; não aconteceu, e se o bem menor não suplantar o mal menor haverá outro reboliço na U.E.

Sinceramente, não acredito que o(a)s franceses acreditem no fascismo xenófobo de Marine, pelo menos com uma visão maléfica, já que a xenofobia, soft ou mesmo hard, faz parte da História não só da França como de toda a Europa. Em Le Pen temer - se - á mais a ameaça da saída da U.E que o fecho das fronteiras, pelo que... está tudo em aberto.

domingo, abril 30, 2017

MAL MENOR?

ELEIÇÕES FRANCESAS


MACRON?


                                                                   
                                                                          MARINE?

Perspectivando o mundo como uma ameaça permanente, em que o instinto de sobrevivência sobreleva a racionalidade das e nas decisões, torna - se claro que as escolhas, sejam elas quais forem, serão sempre decisões sobre o mal menor.
Por outro lado, quando o Bem e o Mal são perspectivados como projectos e coabitam, em conflito ou em equilíbrio na alma das gentes, as escolhas podem ser racionalizadas e serão tácticas ou, a longo prazo, estratégicas perante os cenários com que se apresentam e aì o exercício do Bom Senso parece aconselhável, não como uma cedência ao intolerável mas como preservação do bem menor.

Eleições francesas, é disso que se trata, suscitado pelo comentário contrabandeado e extrapolado de H. Monteiro a abusar na mistura de alhos e bugalhos, no Expresso último.
O apelo ao voto em Macron como arma de arremesso e bloqueamento à ameaça que constitui a Frente Nacional, exigido, em nome do mal menor, a J.L.Mélanchon não seria nunca um exercício de bom senso político por parte deste mas sim de capitulação errática a poucos dias de eleições legislativas.
" Dar a liberdade " de voto em Macron que não a abstenção repugnada, alertando pedagógicamente para os riscos da vitória da madame Le Pen, isso sim seria políticamente sensato.

Diferente coisa seria, não necessàriamente na política, caminhar de braço dado com o que nos suscita aversão. É que, também na política, o asqueroso ético tem tido um manto relativizado de proteccionismo, que aos não - avisados, aos indiferentes e aos conformistas se retrata, com aleivosia ou ingenuidade, como tolerância.

CASO SÓCRATES

E é dessa malévola tolerância que eu chamaria de conformismo ou cobardia cívica que se vai alimentando esse folhetim dantesco que abala a vida de um cidadão sob suspeita activa a partir do momento em que subiu à chefia do governo do país.
Uma obscenidade jurídica que se vai desenrolando impunemente sem que o Estado, com meios de controlo sobre o poder presidencial e legislativo consiga ter mão na independência da magistratura, um contra - senso antidemocrático. Quem é que protegerá os cidadãos dos eventuais desmandos da Justiça? 
Temos direito à verdade e obrigação de a exigir à Justiça mas não a qualquer preço. A tortura psicológica é tão condenável como a física e partilham do mesmo desrespeito pelos direitos humanos, ou seja, são intoleráveis.

ALELUIA!

Cristalina prosa e assertivas considerações, requentadas, é certo, sobre o " ajustamento financeiro " português, que assino por baixo, li na coluna de Ricardo Costa esta semana.
O que é que aconteceu?