domingo, novembro 24, 2013

AULA MAGNA II

RESCALDOS

António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, lamentou - se que o P.S. não seja capaz de protagonizar uma reunião como as que Mário Soares tem ultimamente conseguido.
Eu poderia dar uma razão simples e redutora - É uma questão de credibilidade -. e ficava por aqui...

No entanto sobressaltaram - me umas dúvidas - António Costa já não pertence ao P.S.? Mário Soares também não?
Até pode ser que as suas ambições políticas futuras, nomeadamente a candidatura em marcha para a presidência da República o aconselhe a se libertar, aos poucos, das conotações partidárias e trocar as suas responsabilidades cívicas como dirigente socialista pelo low profile abrangente de dirigente nacional, putativo presidente de TODOS OS PORTUGUESES. Faz mal e esquece -se que, a candidatar - se precisa do apoio incontornável do P.S. cuja liderança sacrificou em nome desse propósito.

Seguro só é líder do P.S. devido ao comodismo de alguns, tacticismo de outros e seguidismo atávico de outros. Replicou - se quase à letra o que aconteceu ao PSD. Infinitamente mais cómodo a frequência dos corredores do Poder, usufruindo das suas mercês de que o risco de se bater pelas ideias numa exposição pública perante os cidadãos, esvaziando, quiçá, pretensas capacidades de liderança.

Eu não posso afirmar que António Costa seria o líder que o P.S. precisava pós- Sócrates mas penso que o Silva Pereira o seria, assim como Ferro Rodrigues.

Mudando de agulhas e no mesmo contexto, Pacheco Pereira nunca seria capaz de, uma vez apeado Manuela Ferreira Leite apresentar - se à liderança,mesmo sabendo, como sabia, o que ali vinha nas figuras de Passos Coelho e Miguel Relvas. O seu cepticismo filosófico, existencialista, só vê, como todos os intelectuais, o cinzentismo e o turvo, por mais clareza que a sua pedagogia discursiva transporte num permanente e profiláctico desmascaramento de " narrativas " do Poder, o que não obsta que à sua obrigação de cidadania responsável e iluminada responda presente, com prosa contínua e acção concreta.
A sua presença na Aula Magna produziu, como esperava, o melhor discurso.

Até apetece dizer que não serve para político e isso é um elogio pessoal.