sábado, março 07, 2009

SÓCRATES ARRASA MANUELA

Se eu fosse Director de um jornal este seria o título da 1ª página de hoje...

... se não fosse tão doloroso para o Expresso a constatação do, mesmo com as campanhas negras ( sem aspas ) incluídas, reconhecimento do Povo pelo bom trabalho que o P.M. está a fazer num País, para muitos ingovernável.

Por outro lado, ataca -se, com fundamento hiberbólico um software não revisto por quem tinha a obrigação de o fazer procurando, em grandes parangonas, atingir indirectamente Sócrates.
E faz -se uso de uma interpretação, já não abusiva mas sim desonesta, de uma frase de M. Alegre, " eleito " pela Direita e pela Extrema - esquerda, também abusivamente, como o putativo coveiro do PM.
À pergunta da jornalista C. Figueiredo - Se os movimentos de cidadãos pudessem candidatar - se ao Parlamento avançava com o MIC já nas próximas legislativas ?, a resposta de Alegre foi: - Avançava. Contra o P.S.? insiste a jornalista, em busca de um título sonante para a 1ª página. CONTRA O STATU QUO E A FAVOR DE UMA RENOVAÇÃO DA DEMOCRACIA... respondeu Alegre

No entanto, o que aparece na 1ª página do Expresso é um produto, ou de Ignorância ou de pura má - fé - Se houvesse candidaturas independentes concorria contra o P.S. ( sic ), confundindo o statu quo ( democracia liberal ) com a maioria absoluta do PS e isso foi ignorância que nem a salvaguarda de interpretação dada por M. Alegre no resto da frase ajudou ou má - fé deliberada na manipulação desonesta e desrespeitosa do que foi dito.

E isso tem sido recorrentemente usado e abusado quando não se vai buscar alarvidades a outras bocas que possam impunemente ser usadas para títulos sonantes, em nome da liberdade de expressão, claro está. Uma lástima, enfim...

A responsabilidade cívica e social dos Media também passa por aí, melhor, DEVERIA, embora saibamos que normalmente os zelotas velam melhor pelos alegados interesses do dono do que o próprio.

segunda-feira, março 02, 2009

CERCO MORALISTA!!!!?

Henrique Raposo, cronista do Expresso tem - nos habituado a uma prosa " fracturante " e proclamatória onde a par de " verdades " evidentes mistura especulações /desejos na mesma conclusão rebarbativa e mistificadora com que, definitivo, pontua. Dizer, como o fez no último Expresso de 28/2 que o Estado de Direito é uma ficção é mera taulologia que o próprio conceito jurídico de Estado acumula.

Todo o Estado é uma construção com as fronteiras definidas ou a definir. A não ser assim, a sua base que é o Direito se finaria em legislação acabada.
A procura da conjugação dessa " virtualidade " legal com a realidade, com as dificuldades que ela apresenta " ficciona " o Estado como uma meta nunca tangível e que se vai modificando com a volubilidade do real.

Por outro lado, quando diz que " Portugal só aquece políticamente para discutir a esfera íntima do sujeito privado " leva - me a pensar quais serão as fontes do cronista na análise da realidade política portuguesa.

Cerco Moralista!!!? Um exagero evidente! Portugal ri - se do atrapalhamento da PSP que não conhece a " Origem do mundo " em vez de a deplorar e está -se marimbando para os casamentos gay e o seu universo desde que não o toque de perto.

É um facto ( peço desculpa de continuar, mas acontece que AGORA não tenho nada de importante a fazer ) que a " esfera pública " se desvanece nas sociedades narcísicas que o consumo alimenta ajudado pelo péssimo jornalismo, contaminado pela Televisão , que se alastra pelo Globo, não só pela incultura, desinformação, irresponsabilidade politica e social com que as escolas de Comunicação Social lobotomizam os seus estudantes, malévolamente industriados pela cartilha politica dos seus mestres, mas também pelo desprezo com que a OBJECTIVIDADE, produto a alcançar teóricamente pelo raciocínio é tratada.

Por outro lado, dividir Portugal entre a Esquerda anti - clerical e a Direita conservadora dá vontade de rir.
É que ele há fascínios que por vezes as últimas leituras explicam.
A sociedade sem adjectivos é, DEFINITIVAMENTE uma sociedade imoral. A amoralidade é um conceito vazio entre os humanos. É, isso sim, uma ficção.

A escrita, citada, de Ruben Fonseca em " Ela e outras mulheres ", a julgar pela narrativa exemplificada por H. Raposo, só pode ser classificada de imoral. A Moral nunca foi nem será unipessoal. Ela é universal no, passe a redundância, universo em que se exerce a sua essência, na cultura que a criou.
No Ocidente, por mais que sub- homens exerçam a tortura sobre o seu semelhante ela nunca será amoral. Será sempre abjecta, como abjecto o espirito que sem a adjectivar a branqueia sob o nome de ARTE, interesses do Estado e liberdade sadomasoquista.
É que a Arte só é capaz de ser expressa por espíritos nobres, adjectivantes e positivos. Ela só pode engrandecer - nos, como manifestação superior da criatividade e liberdades humanas.
NINO VIEIRA...

... e o ajuste de contas com a História.

O assassinato do Chefe do Estado Maior das Forças Armadas da Guiné - Tagme Na Waie teve como consequência imediata o " fuzilamento " de Nino Vieira pelos apoiantes de Na Waie.

Não se sabe se a execução de Waie foi a mando de Vieira, mas as palavras de Waie, conhecedor das práticas de fuzilamento do seu Presidente - Os nossos destinos estão cruzados. O meu assasinato provocará a morte imediata de Nino Vieira, cito de cor, foram proféticas.

Vítimas de uma sociedade que cedo começou a desrespeitar as frágeis Instituições que estavam a criar com o irracional golpe de Estado que Nino chefiou contra Luís Cabral sustentado por pressões étnicas, o Estado da Guiné entrou num rodopio sangrento de golpes e contra - golpes, patéticos, estúpidos enquanto a sua população definha em pobreza, com o futuro adiado por décadas enquanto os seus políticos brincam às revoluções.

Nino Vieira pagou pelo que fez. De nada valerá o branqueamento que as notícias, ignorando o assassinato de Waie, arrastam na despenalização gelatinosa que a ignorância histórica do percurso de Nino Vieira parece justificar.
O ataque contra a Instituição merece repúdio, mas foi Nino Vieira o precursor da moda.

Lamento a sua morte mas não lhe devo nenhum respeito.

domingo, março 01, 2009

CONGRESSO DO PS

Acabou como começou - sem " histórias " que fariam as delicias dos Media mas com História - a consagração quase unânime de um líder, apoiado maciçamente pelos militantes e... segundo as sondagens, pela maioria do Povo português.

Falar das qualidades do PM português no exercício da sua actividade é, em si, a menorização fundamentada da recorrente acusação de que é alvo pela Oposição - Arrogância .

Acontece que ela, a existir, seria uma consequência da narrativa de um percurso sólido, coerente, racionalizado, em nome de um projecto - a modernização do País preparando - o para o futuro, sem perder de vista o seu carácter e as assimetrias que o pontuam.

Inatacável no argumentário político, corajoso na defesa dos soezes ataques pessoais contra o carácter, imbatível na segurança dos " DOSSIERS " da governação, Sócrates só poderia ser atacado ideológicamente, em nome da herança que lhe sobrevém da história do PS e da Esquerda.

Porém ,numa sociedade e num mundo em que as ideologias fenecem na amorfidade intelectual do Ocidente, sem causas desde a queda do muro de Berlim e do falhanço aparatoso dos dirigentes comunistas a somar ao desmascaramento da podridão instalada na Democracia liberal, livremente arquitectada, o Pragmatismo e o Funcionalismo da máquina administrativa em prol da minimização recorrente das desigualdades sociais e do efectivo poder do Estado por cima da Liberdade que ele tem a OBRIGAÇÃO de gerir, a meta de um estadista é a eficácia.

Sócrates sabe - o e de Gasset, de quem C. Figueiredo insistentemente define - lhe as fontes, bebeu mais do que " o homem e a sua circunstância " mas também a obrigação de PENSAR a História, racionalizá - la e modificar - lhe o seu destino circunstancial numa visão plena e actualizada. E está a ter sucesso.

Manuel Alegre

Fez o que TINHA de fazer sob o custo de inconsequência o
que só lhe fica bem.
Não aceitar integrar nenhum órgão dirigente do PS
é uma não - noticia com que os Media se comprazem na tentativa de desvalorização do congresso do PS.

Da responsabilidade da Informação, um tema que me tem merecido análise voltarei a ela um dia desses.
Será mais um exercício de liberdade, nunca pusilânime, mas um exercício a uma enorme distância da pura diletância cuja compensação ser - me- á de todo desconhecida.