sábado, outubro 27, 2007

KOSOVO - OU O GRANDE EMBUSTE

Em tempos escrevi aqui que seria inaceitável para a Rússia a instalação pelos USA de radares antimísseis no Leste Europeu, sob o risco de uma escalada militar e o azedar das relações entre esses dois Estados com a Europa a fazer o papel de caniche americano como de costume.Aliás o seguidismo europeu agudizou-se com a entrada de Barroso, filho dilecto de Bush,na chefia da Comissão e não é por acaso.

As razões invocadas pelos USA são tão pueris como desproporcionadas parecem ser as reacções moscovitas.Nem o Irão constitui uma ameaça para a Europa nem os radares são tão desequilibradores para a Rússia.
Mas o efeito que os USA pretendem faz parte de uma estratégia levada a cabo com todas as armas possíveis de modo a impedir o que NATURALMENTE irá acontecer - a Aliança UE - Rússia numa formidável EUROPA, tão poderosa em todos os domínios possíveis, do científico ao militar e económico, que tem provocado a multiplicação das provocações dos USA e do seu aliado britânico em relação à Rússia, sempre com consequências negativas para esse destino europeu.

Do Kosovo ao Iraque, cuja ligação à Europa foi envenenada indefinidamente, passando pelo Irão, a estratégia americana é filha do desespero.
Na Ásia, que pouco a pouco será da India e da China, já nada podem fazer contra esse Império Regional que vai crescendo, mesmo apoiando o único Estado ( dictatorial e fundamentalista islâmico )que ainda os suporta por uma questão de sobrevivência da ditadura militar.

Perder, portanto, a influência sobre Europa, que desconhecem de todo, ao fim e ao cabo,é impensável de modo que, falhado o caso iraniano, viram-se para a independência do Kosovo como o único penedo na engrenagem ao qual Sócrates tratou de " limpar " um bocadinho na última Cimeira com Putin.

domingo, outubro 21, 2007

...E convém ter olhos de ver...

200 mil manifestantes de todo o País alertaram democráticamente o Governo para o equilibrio que rápidamente tem de ser reposto na sua relação com o povo.

Não tomar essa gigantesca manifestação com a atenção que ela merece será um erro politico gravíssimo, para o P.M. e principalmente, o mais importante, para o País.
É que o Governo de Portugal tem que governar PARA os portugueses e não para a Europa.
É que a situação deixou de ser dos sindicatos para ser uma questão nacional com contornos inquietantes de autismo por parte do Partido Socialista, que aparentemente domesticado se demitiu de fazer politica e vive à sombra do seu líder num ensimesmamento que não augura nada de bom para a democracia portuguesa.

Para piorar a situação, temos um PSD que, esquecido já das tropelias de Santana Lopes, remete-nos para um tempo de tretas que nada de bom trouxe para o País, ancorado num novo líder com uma linguagem requentada e soluções ultrapassadas a querer baralhar o que, com relativo mérito, de bom está a ser feito.

Entre a demagogia e o rigor prefiro SEMPRE o segundo.