quarta-feira, janeiro 20, 2016

PRESIDENCIAIS

Da reunião dos candidatos, numa avaliação mediática, que se pretendeu ser psicossocial, onde a componente política das eventuais proclamações emitidas, pela redundância inconsequente do que neste campo se poderia dizer, vingou, a indignação assertiva de Marisa Matias, contra a reposição dos subsídios vitalícios a ex-servidores do Estado.

DA CRÍTICA ( II )

" Valerá a pena analisar críticamente este « e ». Será que, em si mesmo, é já cínico? Como pode uma cópula lógica ser cínica? Um homem « e » uma mulher; garfo « e » faca; sal « e » pimenta. Que há aqui a criticar? Tentemos outras ligações - senhora « e » puta; ama o próximo « e » mata - o; morrer de fome « e » comer caviar ao pequeno - almoço. Aqui o » e » parece ter - se inserido entre opostos que transforma em vizinhos imediatos, de forma que os contrastes se invectivam.

O « e » terá algo a ver com isto? Não foi ele que criou os opostos, apenas desempenhou o papel de alcoviteiro entre pares díspares. Com efeito, nos Media, o « e » mais não faz do que justapor, fundar vizinhanças, acasalar, contrastar - nem mais nem menos. O « e » tem a capacidade de formar uma série ou uma cadeia linear cujos membros individuais só se tocam por intermédio do alcoviteiro lógico; este último não diz nada sobre a natureza dos elementos que enfia numa fileira. É nessa indiferença do « e » a respeito das coisas que justapõe que desponta o germe de um desenvolvimento cínico. Com efeito, pela simples justaposição e pela relação sintagmática externa entre todas as coisas, ele produz uma uniformidade que afecta as coisas justapostas. Eis porque o « e » não permanece um « e » puro, antes desenvolve a tendência para se tornar um é - igual - a. A partir desse momento, pode desenvolver - se uma tendência cínica. Com efeito, se o « e » que pode colocar - se entre tudo significa simultaneamente « é - igual - a », tudo se torna igual a tudo e cada coisa vale tanto como outra coisa qualquer. Da uniformidade da série dos « e » nasce insidiosamente uma equivalência das coisas e uma indiferença subjectiva. "

( continuaremos, com Sloterdijk )

terça-feira, janeiro 19, 2016

EI - LOS QUE PARTEM...



                                                                  Almeida Santos


... E em cada partida vão - me deixando mais órfão de uma geração que marcou políticamente a História portuguesa.

Almeida Santos, um dos mais distintos lutadores pela Democracia morreu ontem, aos 89 anos.
Deixará muitas saudades aos amigos com quem, no Partido Socialista de que foi Presidente, o acompanharam.

As minhas condolências à família e homenagens e solidariedade ao P.Socialista pela perda de um seu líder histórico.

DA CRÍTICA...

... E DA SUA MICROLOGIA...

" Néscios os que deploram o declínio da Crítica. É que a sua hora há muito está ultrapassada. A crítica faz - se a uma distância adequada. Está à vontade num mundo em que o que contam são as perspectivas e as ópticas e em que ainda é possível adoptar um ponto de vista. Entretanto, as coisas caíram sobre a sociedade humana de modo demasiado escaldante. A " imparcialidade ", o " olhar objectivo ", tornaram - se mentiras, ou até expressão perfeitamente ingénua de uma banal incompetência. " - Walter Benjamin, 1928

...  NOS MEDIA

" O « e » é a moral dos jornalistas " - Peter Sloterdijk in Crítica da Razão Cínica

" Os mass media foram os primeiros a desenvolver uma capacidade que nenhuma enciclopédia racionalista, nenhuma obra de arte e nenhuma filosofia de vida conheceram nessa medida: com uma compreensão imensa, dirigem - se para aquilo com que a grande filosofia nunca conseguiu sonhar - a síntese total - no ponto zero da inteligência, é certo, sob a forma de uma adição total. Com efeito, admitem um empirismo caótico universal, podem falar de tudo, tocar em tudo, meter tudo na memória, justapor tudo. ( o facto de não apresentarem « tudo » é efeito da sua selectividade sempre considerável. A mentira por selecção? ). Com isso, são mesmo mais do que a Filosofia - são os herdeiros simultaneamente da enciclopédia e do circo.


A inesgotável capacidade de « ordenamento » dos mass media assenta no seu estilo aditivo. Só por se terem instalado no ponto zero da penetração intelectual podem tudo dar e tudo dizer, e tudo sempre repetido e instantaneamente. Têm um único elemento inteligível - o « e ». Com este « e » , tudo se torna literalmente vizinho de tudo. Assim se criam encadeamentos e vizinhanças que racionalistas e estetas estavam longe de esperar: medidas de economia - e - primeiras representações teatrais - e - campeonato do mundo de motos - e - imposto para as prostitutas - golpes de estado, etc. Os media podem dar tudo por terem abandonado completamente a ambição da Filosofia, que era também compreender o dado. Englobam tudo porque não apreendem nada; falam de tudo, não dizem nada...
... O « e » é a moral dos jornalistas., De certa maneira, têm de prestar um juramento deontológico que os obriga a, quando fazem uma reportagem sobre um acontecimento, aceitarem que esse acontecimento e essa reportagem sejam colocados por meio do « e » entre outras coisas e outras reportagens....
O jornalista é alguém cuja profissão obriga a esquecer como se chama o número que vem após o um e o dois. Quem ainda o sabe já não é, provávelmente, democrata - ou então é um cínico.

E, partiremos, com Sloterdijk, à análise desse « e »...


segunda-feira, janeiro 18, 2016

AUSÊNCIAS

ANDA MUITO BARULHO PELO AR....

... DEMASIADA INFORMAÇÃO, POUCA LUCIDEZ E REFLEXÃO E... MUITA, MAS MUITA MÁ - FÉ.

VOU - ME RESGUARDAR, POR ORA...