sexta-feira, outubro 08, 2004


Vénus e Cupido entre o Tempo e a Loucura
(por BRONZINO)
Da frieza do Eros
ou de Qual será o sexo do século XXI

Gasset dizia que todas as épocas têm uma sexualidade e atribui-lhes o género, consoante o afã com que o macho ou a fêmea "procuravam" o seu oposto,e nos subterfúgios usados nessa demanda.

Ao mesmo tempo que a feminilidade só poderia ser definida em razão da masculinidade,esta por sua vez dispensaria aquela para se afirmar como "realidade de primeira magnitude",privilégio que lhe permitiria bastar-se a si mesmo,e com coisas que lhe ocupam um universo (há pouco tempo,acescento eu) quase interdito ao feminino, tais como a guerra,a ciência,a tecnologia,o desporto,e a política.

Com o devido distanciamento em relação ao texto,datado do primeiro terço do século XX,qual seria a caracterização do fim do século XX e princípio do XXI,à luz desses pressupostos?

Por um lado,é inegável a projecção da posição feminina no contexto social:a sua evolução física,psicológica,intelectual,a par do profissional é um facto,e a sua influência em áreas,à época de Gasset,tão masculinas como as acima descritas,está à vista de todos.

Por outro lado,o refinamento das suas práticas de sedução atinge as raias do despudor,com exposições cada vez mais ousadas do seu corpo.
Ao mesmo tempo que aos poucos se vai definindo globalmente como "objecto" de desejo,salienta,já sem disfarce os contornos da sua PÚBIS,em trajes coleantes,onde o abaixamento da cintura remete o olhar para a zona vaginal.
Por sua vez o homem tapa com pudor a sua zona púbica com longas fraldas da camisa,como que se indisponilizando para o jogo erótico e esvaziando a sua agressividade sexual perante a blasfémia feminina.

É um facto,que há mais mulheres sexualmente activas que homens,por mais que estes se apoiem em Viagras para prolongar a sua data de validade,portanto é natural que a necessidade natural de acasalamento por parte das mulheres se manifeste numa competitividade de amostragem dos caracteres sexuais cada vez mais agressiva, num mundo em que pelos vistos a deserção para o outro lado está a aumentar.

Ao definir as épocas consoante essas disposições sexuais,dir-se-ia que estamos num século masculino numa época de Viragos?

Intelectualmente misógino,por volitiva incapacidade de penetração (que não física ainda,isto para evitar tentações de análises freudianas) no universo feminino,aos meus olhos pouco atraente,para lá do fascínio erótico e da compulsão de posse e usufruto,encontro-me na expectativa,à espera da reacção,que tarda,por parte do masculino,ou devia dizer masculin(a),a este assalto determinado à sua caverna,ou melhor torre.

A verdade é que se não reagir voltará à INFÂNCIA

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