sábado, abril 29, 2006

D`O mundo dos outros...

A China " entende que a soberania prevalece sempre absolutamente sobre os direitos do Homem " preconiza José Cutileiro no seu comentário - O mundo dos outros - do Expresso desta semana, como se a prática generalizada das outras " potências " - França, USA, etc , não tivesse sido moldada pelas mesmas directrizes no século XX.

O cinismo e o pragmatismo têm sido as palavras de ordem dos USA e em menor grau da Europa e agora da China e eventualmente da Índia, caso ela venha a desejar a internacionalização do seu poderio económico em marcha acelerada.
No século XX, os USA apoiaram TODAS as ditaduras que proliferaram na América Latina com uma cegueira tal que os anticorpos que aí deixaram os tornou " persona non grata " para quase todos os Estados sul-americanos.
Na Ásia, a impotência ( devido à existência de armas nucleares por aquelas bandas ) da diplomacia musculada tem obrigado a vários contorcionismos anti-natura na redefinição de estratégias, renegociações de tratados e parcerias científicas ( como devia ser sempre ).
A linguagem da FORÇA que tem sido aplicada a países que não se podem defender de ataques punitivos, chamados de contenção (!!!? ) foi substituida pela diplomacia civilizada, (ou deveria dizer de contenção ) face às consequências que a outra poderia causar.

A dissuação nuclear é poderosa e os USA sabem-no melhor que ninguém. O Irão, na posse de armamento nuclear reduziria a zero a influência " civilizadora " do Ocidente por aquelas bandas de tão grande alcance estratégico e económico, não para a população em geral, mas para os plutocratas opados do dinheiro da crise do petróleo... e da venda de armamento. Daí o pânico que deles se apossou. O resto é areia deitada aos olhos de cegos e zarolhos úteis das nossas praças.
Os USA, ONU incluída, caso se deixe manipular, não poderão invadir sem consequências gigantescas, o Irão, caso ele venha a deter armamento nuclear. Fizeram-no no Iraque depois de Baradei os ter sossegado sobre a impotência e incapacidade iraquiana. Daí a necessidade urgente de inspecções do arsenal dos ayatollahs.
Alguém acredita que o Irão, se não for atacada irá usar, sob o risco de extinção, armamento nuclear contra Israel?
Todas as chancelarias sabem a resposta, mas o discurso que trazem cá para fora é manipulador, mentiroso e de má-fé.

Espero que neste caso seja a população europeia, mais bem informada, mais politizada, mais culta, menos paranóica que a americana a liderar a recusa de intervenções armadas contra interesses legítimos de um País que, como todos os outros, tem de zelar pelo desenvolvimento da sua Pátria em todas as suas vertentes, do económico, energético, científico ao militar. É um DIREITO e um DEVER que os obriga. OU NÃO DEVERÁ SER ASSIM ?

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