terça-feira, junho 13, 2006

SURREALISMO

Eu sou do tempo ( 1968 ) em que houve uma tentativa séria ( passe a carga idelógica de então ) de Reforma do Ensino por parte de Veiga Simão. Quarenta anos depois o País viu-se nas últimas décadas, confrontado com outras tentaivas de reforma de um sistema de ensino completamente desenquadrado do resto da Europa cujo custo se está a avaliar agora no desiquilíbrio patente entre a míriade de formaturas e as ofertas de emprego.
De Sotto Mayor Cardia, Carneiro, M. F. Leite, Santos Silva, até chegarmos à ministra de agora, houve avaliações e mais avaliações sobre o que estava mal e projectaram-se os passos a dar, debalde porém...
A culpa era quase sempre atribuida aos alunos e aos governos arrogantes que queriam atacar os direitos dos professores e da enorme mole que pulula no Ministério da Educação. À cabeça da paranóia ululante estiveram as federações e a Fenprof.

Essa enorme força de bloqueio tem sido realmente, a par dos professores, o único culpado na formação das legiões de analfabetos funcionais
que marcam a sociedade portuguesa. Nunca ouvi, da parte deles uma séria reflexão sobre as culpas próprias. Sempre se demitiram das sua responsabilidades, em cada ano que passava, na percentagem miserável de sucesso escolar.
Hoje ficámos a saber que 10 000 " professores " estão a pedir para não dar aulas alegando, pasme - se, o " estatuto " de incapacidade para o serviço docente. Mas como é que essa gente lá chegou? Quem fez a avaliação pedagógica e psicotécnica dessa incompetência durante esse intervalo? Como é possível 2002 formadores !!!? ( eu não consigo chamá-los professores ) tenham sido declarados ineptos e metade deles devia estar no divã do psiquiatra? Meu Deus!!!... e ainda se culpam os alunos dos males do sistema...

A situação é tão grave que é uma vergonha ver a Fenprof e as federações sairem em defesa do indefensável e a não cuidar de assumirem as suas responsabilidades em toda essa miséria que eles têm escondido e pior, defendido até hoje.

Eu sugeriria ao Governo o fecho do ano escolar por um ano e fazer de vez a limpeza coerciva da bagunça e lembrar aos professores, àqueles que o são, que são funcionários do Estado e não das Fenprofs e quejandos que se têm revelado tão incompetentes como aqueles que defendem e ainda por cima com ameaças ao Governo por não querer aturar esse estado de coisas.
E a sociedade civil, quando é que acorda de vez e reflicta sobre a verdadeira razão do insucesso escolar dos seus filhos?

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