sexta-feira, abril 25, 2008

ONDE ESTAVAS A 25 DE ABRIL DE 1974?



EU estive na Revolução, na rua, no Carmo, no Terreiro do Paço, a olhar olhos nos olhos o Salgueiro Maia e os seus putos como eu a sitiar M. Caetano e a ver que era aí que TUDO se iria decidir com a rendição do PM de então.
É que todo o poder do regime se tinha barricado aí e era na sua abdicação que tudo se jogava como então se viu e EU VI.

Essa certeza de LIBERTAÇÃO e o torvelinho de sensações que me acompanharam pelo resto do dia é impossível de ser apreendido pela geração pós- Abril tal como ainda hoje a Shoa se situa num patamar de irracionalidade ( falo da Europa, claro ) que é inconcebível de apreensão pela nova geração.

Fica o meu lamento do desprezo com que a História trata as suas histórias que moldaram o novo Homem, que não se revê no que os avôs foram, para o Bem e para o Mal.


O 25 de Abril foi uma data pequena na História da Humanidade mas inolvidável para todos os adultos portugueses que a viveram e para toda a população das colónias de então que se redescobriram ( !!!? ) como seres capazes de ser senhores do seu destino e da sua História.

A minha geração, a de 60, foi uma geração extraordinária, pelo que fez, pelo que viveu històricamente e pela influência determinante de " INTERROGAR " o real político, pondo-O em causa, do real físico, descobrindo - lhe os segredos, do real ético, reconfirmando -lhe os paradigmas, do real social, definindo - lhe os limites e responsabilidades adquiridas, do real íntimo combatendo o insuperável Narcisismo que pontua e limita a nossa evolução para um estádio superior, como espécie portadora de uma capacidade única na Natureza conhecida - a Racionalidade.

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