sexta-feira, junho 27, 2008

NO REINO DOS CALIMEROS - perversões democráticas

Há uma tendência generalizada em Portugal, como não conheço em parte algum do planeta, de CULPAR os governos de qualquer cor, da má prática individual e por vezes colectiva, com as devidas proporções numerais, que cada um faz da SUA liberdade, de atribuir às normas, leis e regulamentos que regula os cidadãos, o ÓNUS da Culpa atribuíveis a quem os negligencia e os despreza.

Essa, chamemos - lhe eufemismicamente, " disposição " do ZÉ CALIMERO nacional fá - lo culpar a Democracia que estúpidamente, pelos vistos, não trata os seus cidadãos como mentecaptos e que parte do principio de que a sua comum capacidade de julgar não deriva de penosas e sofridas elocubrações mentais mas tão sómente do SENSO COMUM.

Vejamos:

Em Portugal, as mortes nos hospitais deixaram de ser um pesadelo para os médicos e transformaram - se numa dor de cabeça para os ministros da Saúde. Quando acontecem nas estradas portuguesas pede - se a cabeça dos ministros das Obras Públicas. Se há agressõesn a juízes, não se condena o infractor sem antes pedir satisfações aos ministros da Justiça e Administração Interna.
Se as nossas jovens sexualmente activas passaram a utilizar a pilula do dia seguinte como método anti - concepcional em vez de solução de recurso para uma gravidez indesejada a culpa foi da Lei do aborto.
Se os nossos jovens se agridem nas aulas e no intervalo das mesmas e no limite dão uma sova aos mestres, ai que a ministra da Educação em vez fazer de contínua anda por aí a tratar de insignificâncias em vez de EDUCAR os nossos filhos.
Se um facínora, nesta beatífica sociedade de anjinhos, assalta uma casa, rouba um transeunte, fuzila um membro do gangue, meu Deus, que há falta de policia à porta de cada lar e de cada esquina...

AH QUE SAUDADES DE SALAZAR, não é, minha gente?

Por outro lado, a nossa Maior conquista, a da possibilidade de, enfim, poder ter a liberdade de DIZER MAL dos políticos e dos Governos que eles formam, o Gozo de chamar mentiroso ao nosso Primeiro - Ministro... então é o paroxismo, a nossa condição primeira e última onde se esgota a nossa responsabilidade de cidadãos.

Por mim, tudo bem. Isso só justifica o que penso da espécie; é da Sua natureza, e ela como ser biológico que é não pode ser responsabilizada pelo determinismo que orienta qualquer animal na NATUREZA. É que o Bem e o Mal não existem por lá. Só a sobrevivência.

E isto basta, correcto?

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