sábado, abril 03, 2010

DA LINGUAGEM SIMPLEX...

Touché, ma non troppo...

O Expresso de ontem publicou uma reportagem sobre a necessidade e vantagens da simplificação da linguagem administrativa.
É de todo evidente que a mensagem, se não fôr clara ao cidadão receptor, o seu conteudo e alcance não serão entendidos.

Não é todavia claro que a compreensão de um texto n/administrativo deva estar, a priori, refém da limitação cultural do receptor para que o seu conteúdo seja avaliado por quem não o alcance em termos de clareza.
A César o que é de César...

A linguagem simplex é bondosa e útil para os efeitos que pretenderá alcançar junto dos recipientes e tem a vantagem adicional da universalidade.

As outras linguagens, ena há tantas..., da filosófica, científica ou esotérica são para os iniciados e dos iniciados e exigem demasiado esforço na sua simplificação em nome do vulgo e perdem em compreensão o que eventualmente ganhariam em extensão.
O físico nuclear não escreverá para o pigmeu e quando fala de protão não espera ser entendido por uma camponesa bávara.

Outra coisa é a clareza de raciocínio que as palavras " exactas ", como num poema ( não o seu simulacro ), ou uma pincelada de Van Gog, transportam em cada frase, e a sua coerência interna. Nesse processo, a honestidade intelectual tem de estar sempre presente, das premissas à conclusão, da tese à síntese.

Só a Cultura ou a informação permitem desmontar ou desmascarar o " engodo " por detrás das sinfonias que não foram escritas, dos títulos inexistentes ou de autores mal referenciados numa antropologia desconhecedora de Histórias Nacionais.

Claro que é sempre possível, em POLÍTICA principalmente,haver duas linguagens, uma para o povo e outra para os Media. Corrigir, simplificando ao limite os termos e os vocábulos da mensagem tem de ser um dever de Estado para com os seus cidadãos. É uma necessidade da governação.

A César o que é de César

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