segunda-feira, novembro 22, 2010

BRUTAL...

... O número de mulheres assassinadas em Portugal durante este ano, no âmbito da chamada violência doméstica...

- Mas os homens não têm a obrigação de proteger as mulheres?, pergunta ela.
- Não, riposta ele, essa é a função da sociedade. Se vocês querem ser iguais, sejam iguais. Impedem - me de te bater ou de ir buscar o que quero porque os seres humanos mais fracos são ramificações sociais.
Vocês não deviam querer diferenças...

O ZOO HUMANO de Rie Rasmussen

O panorama social do mundo ocidental sofreu uma transformação repentina e brutal, considerando a marcha da sua história social, nos finais do século passado, que virou do avesso todos os paradigmas do seu funcionamento cultural, social e, poucas vezes referido em sua importância,económico, pelo inflaccionamento da oferta no mercado de trabalho.
Mudou, naturalmente, a hierarquização no funcionamento do casal e com a instrução acelerada do feminino a pressão que essa mais valia tem exercido sobre o mundo masculino que tarda a assimilar as mudanças, tem sido, também ela, brutal.
A acumulação de frustrações que a crise exacerba acrescentou novos desafios ao desafio que as mulheres têm representado no espaço público.

Quando confrontado em casa com a representação desse universo público que o tem transtornado, por parte da companheira, a reacção é quase sempre impaciente e passa rápidamente à violência verbal e daí à física, se encontrar adversário, real ou imaginário.
Essa reacção é puramente BIOLÓGICA e atravessa todo o estrato social.

É claro que a explicação das coisas é sempre mais complexa e há sempre dados a acrescentar e a suprimir na história individual dos contendores que poderão atiçar ou esvaziar a violência.
Saber o momento exacto de abandonar a arena parece não ser uma capacidade apreendida pelo sexo fraco. Levar a " igualdade " para esse campo de confrontação física tem sido uma atitude suicida e os resultados estão aí...

É sumamente redutor, como tem sido feito, atribuir a origem e o desfecho desses casos a um qualquer atavismo machista que marcaria ainda o homem moderno, porque ele ainda não deixou de ser capaz de responder com agressividade a todos os desafios que se lhe colocam.

Acontece que do lado de lá a testosterona incipiente parece querer tomar o lugar ao estrogénio à medida em que se perde toda a capacidade de apaziguamento, substituído por uma ignorância e menosprezo atroz do risco. Isso é estupidez!

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