sexta-feira, fevereiro 11, 2011

DA HIPOCRISIA, feita norma...

... ninguém escapa, nem o indivíduo nem os Estados, representados pelos seus dirigentes, no Poder ou fora dele.

Ao indivíduo, ela é-lhe uma condição de funcionamento alimentada permanentemente pela socialização que, hoje, os gurus da hipocrisia moderna chamam de inteligência emocional.
Aos Estados, ela é - lhes uma condição, não da sua existência como tais mas decorrente dos interesses dos sistemas que defendem e dos interesses pessoais dos seus líderes.

Nas últimas semanas, o exercício dessa actividade tem estado ao rubro, nomeadamente no mundo ocidental e obscuramente ainda no Médio-Oriente, despoletada pelas revoltas populares na Tunísia e no Egipto que ameaçam contaminar toda a política planetária numa brutal confrontação entre o que o Ocidente prega para si e esquece nos Outros e o medo que a Liberdade Global lhe provoca no varrimento de uma classe maníacamente cleptómana e autocrática. É que temos entre nós os representantes desse sistema na sua faceta clepto e nada nos garante uma inibição de contágio, apesar do envelhecimento obeso da nossa juventude.

Em Portugal, o Bloco de Esquerda, com a promessa de apresentar uma moção de censura ao Governo deu uma violenta sapatada no pântano da hipocrisia instalada e pôs a nu o vazio retórico das Oposições e esfregou na cara de TODOS o que ninguém quer assumir - as responsabilidades e obrigações de TODOS, no sentido de pôr o País a funcionar noutros moldes.
Se o Governo não presta, como todos dizem, o que é que ele ainda está lá a fazer? Quais as consequências a tirar?

A nu vai ficar a responsabilidade explícita do PS e do PSD na não-existência de condições de governabilidade em maioria e que essa explicação devida ao povo tem de ser dada, no Parlamento e num clima de atenção focada pela moção.

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