quinta-feira, novembro 10, 2011

Ao ABRUPTO...

Há uns tempos que não visitava o abrupto...
Fiz mal, esquecendo - me de que o JPP é um dos mais lúcidos analistas portugueses do nosso tempo e dos outros.
Continua contundente e certeiro mas precisa, justamente porque lida preferencialmente com matéria séria e gente pouco séria, de não se levar excessivamente a sério, já que não há, aparentemente, do outro lado, quem possa apontar falhas ao seu processo de desmascaramento de más - consciências quando V. funciona como um verdadeiro iluminista que o é ; só lhe tem respondido o silêncio e condescendência executiva.


Uso este termo, iluminista, porque o tem utilizado ambiguamente, quando o acho mais apropriado à sua pessoa do que às luminárias do Poder que nos tem dirigido cujas denunciadas pulsões são exactamente o contrário das aspirações iluministas; para começar, NÃO dialoga, as suas posições (delas ) são terminais, fundamentadas grosso modo no fim da História, quando qualquer processo progressista, merecedor de uma anexação iluminista, sem renegar o seu elitismo condutor ( as eleições democráticas reconhecem essa necessidade...) tem de se basear no compromisso livremente assumido, sim, de progresso equitativo entre as partes, num diálogo hoje completamente traído por uma BUROCRACIA triunfante e auto - suficiente a funcionar no olho do furacão, cuja finalidade é o PODER, ele mesmo, traduzido nos seus tentáculos financeiros e militares.
As perguntas a fazer sobre o Progresso contínuo, à legitimidade desse Poder em democracia, sobre o seu uso dissonante com a realidade social que lhe daria o sentido da justiça numa liberdade, hoje meramente teórica e vazia de conteúdo prático, a denúncia virulenta dos exercícios hipócritas da sua compreensão formal pela contínua decadência da saúde física, moral e económica dos governados, à vista do que se passa nos centros de decisão, são, dizia, obrigações a que a CRÍTICA iluminista não se pode furtar sob o risco de também ela trair os pressupostos do que se reclama moral e socialmente portadora. 


Honra lhe seja feita  ao chamar os bo(y)is pelos nomes. E que tal, já que a caravana segue impávida e serena, até que lhe sobrevenha o assalto esperado, vergastar com mais sarcasmo, escárnio mesmo, ( sei que é capaz...) esses outros iluministas(!!!?) de que V. fala?


Até à próxima!
Cordiais saudações de um leitor atento

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