sábado, junho 01, 2013
D'A EVA...
... VERSUS FILOSOFIA
" Quando não se quer produzir longas narrativas históricas recorre - se a um pequeno mito que condensa o essencial em imagens " - Sloterdijk
O mito da Eva é o mais poderoso alguma vez contado sobre a perdição do homem. De maneira que...
O amor da sageza e a perda do baixo - ventre, ainda segundo o nosso filósofo, com a perda da energização, transformou a Filosofia numa organização de eunucos, enfatiza sarcásticamente Sloterdijk in Crítica da Razão Cínica.
A contradição anteposta sempre se alimentou desde Sócrates e a sua máxima, - De qualquer maneira casa - te; se tiveres a sorte de ter uma boa mulher, serás feliz, se não serás filósofo - do seu infortúnio masoquista.
Com o decorrer dos séculos, a própria história amorosa dos grandes filósofos parece ter dado razão a Sócrates. De Kant, celibatário convicto, a Nietzsche, de Schopenhauer a Byron, passando pela excepção semi - feliz de Russel, a realidade contraditória parece confirmar o que no fim de contas não passa do trivial no relacionamento de duas espécies cujo encontro é mediado pela Natureza com um fim único - a Sobrevivência - que a complexidade racional teima em RACIONALIZAR, passe a redundância.
A aparente contradição enunciada e a causalidade antevista no esvaziamento necessário(?) das pulsões sexuais ( naturais) quando em confronto com o amor da sageza, que as compensaria, remete - nos a uma conclusão perversa, que as imagens de Sócrates e Xantipa, Aristóteles e Phyllis,( citados pelo autor ) parecem caucionar.
Por outro lado, o aparente desprezo ( frustração ) a que o feminino como objecto de pesquisa parece votado nas reflexões das grandes referências filosóficas parece fundamentar, à partida, o falhanço da ousadia de , em confronto com uma realidade tão concreta, tão referencial, tão apetecível, tão desejada, tão natural como as provocações que suscita, contrariar a impotência da demanda na procura da explicação última.
Sobram no entanto, de todos os filósofos e pensadores avulsos, os aforismos e as máximas redutoras da condensação em preconceitos, da preguiça que denuncia a insegurança visceral no confronto com a origem tão pouco misteriosa do SER.
De puta à mãe, balança aferidora das nuances que o eu masculino voluntáriamente manipula resta o mundo do nosso deslumbramento, do nosso fascínio e da nossa, porque nunca satisfeita, IMPOTÊNCIA, não necessàriamente eunuca.
É que a sua capacidade de receber está para além da nossa capacidade de dar, tão sómente, e isso pesa... às almas generosas...
Cinismo ou Kinismo, vá -se lá saber...
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