terça-feira, novembro 24, 2015

A INEVITABILIDADE...

... SEM SOLIDARIEDADE INSTITUCIONAL


António Costa, o líder do partido Socialista foi, finalmente, indigitado para formar o próximo governo do país.


Aníbal Cavaco Silva, o presidente em exercício tentou tudo o que pôde para manter a Coligação de Direita no poder, mesmo na débil posição política de um governo de gestão a que foi remetida pela Assembleia da República. E fê - lo através das tentativas sucessivas de fragilização do acordo parlamentar negociado na Esquerda portuguesa entre o P.S., o P.C.P. e o Bloco de Esquerda.

Nos tempos que correm, os partidos socialistas europeus, embalados pelo discurso liberal e orçamentista do Partido Europeu, maioritário nas instâncias políticas da U.E., foram perdendo o que os distinguia programáticamente da Direita e, " obrigados " a lutar pelo Centrão político, abandonaram o espaço da Oposição aos, hoje atirados pela nomenclatura vigente a uma " radicalidade " que só a radicalização direitista admite o contraponto conceptual.

Não é de admirar, portanto, que os partidos que se situavam à esquerda dos P.Socialistas e que hoje reivindicam eleitoralmente o espaço vazio abandonado da sustentação de um estado Social inconformista com a acentuação das desigualdades sociais e de rendimento, leve o rótulo de radicalismo.
Foi com esta postura da sua família política que o pres. Cavaco Silva se opôs, procastinando, ao que, na Assembleia da República se decidiu, em sucessivas audições das " forças económicas e corporativas " no que já foi classificado por J.Pacheco Pereira, de um arremedo da Câmara Corporativa de má memória do Estado Novo salazarista. Curiosamente, o Conselho do Estado não foi tido nem achado nestas audições.

Finalmente, creio eu, abandonando, talvez inconscientemente, o Maquiavel dos meios aéticos do " Príncipe " se tenha aconselhado com o dos " Discursos ", já que prevaleceu o desiderato tido por justo ( ou será o inevitável... ) e democráticamente incontornável em democracias sem príncipes.
No entanto, antes de encerar as cortinas ainda houve tempo e espaço para pedidos de esclarecimentos, totalmente inviezados pelo que a Constituição outorga À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.

Freitas do Amaral decifra, numa frase lapidar, as motivações " virtuosas " contidas na resistência a um governo de Esquerda - Quer salvar a face!
ISSO tem um nome...

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