domingo, março 13, 2016

MARIA, MARIA...

MAIS UMA VEZ...



                                                                       Q.E.D.

" Nego rotundamente que exista hoje em qualquer recanto do Continente grupo algum enformado por um novo ethos que tenha laivos de moral... " - GASSET - século XX

Gasset referia - se a uma entidade nova parida por uma burguesia deslumbrada na sua escalada a um poderio de que não mais perdeu, representada por um  carácter a que apelidou de homem - massa.
Quase um século decorrido sobre essas reflexões sociológicas tão certeiras essa realidade impôs - se em todo o seu esplendor exactamente num espaço onde imperam as decisões que (des)orientam as ambições da diferença -o  da elite, da nata minoritária do comando e do mando tão glorificado pelo filósofo.

À medida em que a Ética se vai objectivando a todo o natural humano no seu relacionamento com o Outro e com o exterior representado pela natureza e os bichos, pelo menos ao nível da sua auto - representação e exposição política, assiste - se, na prática e onde não deveria acontecer, ao triunfo do solipsismo moral individual.

Sem querer focar - me especialmente nas incidências éticas que a situação despoletada pela ex - ministra das Finanças e a sua contratação pela Arrows, não posso deixar de me interrogar sobre qual o lugar da República onde se faz o julgamento ético sobre o que o ordenamento jurídico considera como isento de juízo, a não ser legal; naturalmente, não será a sub - Comissão de ética(!!!!???), já que ela não aprecia, portanto não julga incompatibilidades éticas mas sim legais.
A propósito, para quê essa designação? 
É que o sentido do que se quer julgar na sua percepção ética e que eufemísticamente é chamado de incompatibilidades é claramente desvirtuado, anulado, pela ausência de um JUÍZO formal e público, numa protecção incompreensível ( será? ) em casa própria que se abeira da hipocrisia mais fruste e do cinismo descarado.

Nada de mais, para sermos injustos como a matéria exige. Que a Política nada tenha a ver com a moral ( não terá? ) de cada um não é a mesma coisa que a abrangência comportamental estruturante que foi caldeada NO seu habitat durante séculos, essa coisa insignificante chamada Ética e que, quero crer, permite à Lei a sua soberania.

Fingir, ou procurar um conforto junto de quem, aparentemente, não enxerga a inconveniência sugere uma cumplicidade formativa evidente, por pura lógica comparativa.



                                                                  

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