sábado, setembro 09, 2017

E... continuo...

... ainda com ANGOLA

Não terá sido assim porque se criaram condições mensuráveis de mudanças sócio - económicas malgré a resistência sistemática que propiciaram o despertar da cidadania e à adesão decisiva às reformas que as sociedades, temperadas, exigiam? A acomodação, o conformismo, em letargias aparentes, desembaraçadas, então, dão lugar à exigência, à urgência.

A Ordem sempre foi uma exigência da elite burguesa pelo que nunca liderou revoluções, prefere a evolução na continuidade; mas uma vez despoletadas pela insatisfação das classes mais atingidas pela desigualdade soube sempre, com pézinhos de lã e com competências, reorientá - las, domesticá -las e... reformá-las no sentido de mudar tudo para ficar tudo na mesma, com outros contornos, mais subtis, sujeitos a hermenêuticas abstractivas de reconhecimento das suas evoluções.

" Angola não evoluirá do capitalismo oligárquico para a Democracia, com uma nova classe média exigente e ansiosa por liberdade " proclama Daniel Oliveira e eu pergunto porquê?

O exemplo máximo de Oligarquia Financeira como forma de governo reside hoje nos U.S.A., com simulacros na China e na Rússia. A democracia liberal não passa dos rituais eleitorais, a democracia social ( haverá outra? ) é inexistente e mesmo as mais débeis tentativas de reformas sociais encontram pela frente toda a estrutura criada para a manter nos estreitos limites da votação, sempre manipuladas quando não aldrabadas, e na liberdade anárquica e irresponsável, socialmente, colectivamente. E perpetua, não os mesmos elementos mas o mesmo modo de fazer as coisas, com outros nomes na maior democracia do mundo, a par da bizarra democracia indiana. Um sistema de castas com nomes diversos - WASP nos USA e marajás na India.
QUEM PEDE SATISFAÇÕES?

Ah, os jovens, SIM, SÃO SEMPRE UMA ESPERANÇA, o futuro, desde que não captiváveis pelo status; se não forem eles a forjá - lo, outros o farão por eles.
Maio 68 representou uma tremenda evolução nas mentalidades conformistas de então e mostrou que, como catalisador, pôs na rua a massa operária explorada, a pequena burguesia sofredora e chafurdou no pasmo intelectual da elite fazedora do Pensamento Único conservador. Uma proeza que até hoje tem marcado a geração que a liderou nas reformas que marcaram a Europa e, em certa medida, o Ocidente.
Até lá, Angola ter(ia)á de esperar pelo seu Maio, fatalmente. Foram séculos de aculturação e isso, paga - se em menoridade cívica.

Por mim, não" ficou só o luxo e o lixo ", como diz D.Oliveira. É um diagnóstico tremendista que a História desmentirá. Ainda estará por cá para o emendar...

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