quinta-feira, julho 19, 2018

ÉTICA ANTROPOCÓSMICA?

SÓ EM TERMOS DE SOLIDARIEDADE SAPIANA.


" Ninguém suporta sentir - se encurralado pela superioridade moral dos seus iguais " - Sérgio Sousa Pinto, Expresso 14/7, a propósito do chumbo da interdição das touradas em Portugal.

Eu, nós, eles, poderia conjugar este aforismo, verdadeiro, com este - Ninguém suporta sentir - se encurralado pela inferioridade moral dos seus iguais - Eduardo Sequeira, a propósito do chumbo da proposta do PAN sobre a interdição de touradas em Portugal.

Todos nós gostamos de nos sentir confortáveis, em nome da liberdade, claro, na convicção do controlo, das convicções e da nossa e alheias liberdades individuais, quando não do futuro. A ilusão desvanece - se quando descobrimos que nem o presente mediato ou imediato se encontra, a não ser no residual e mesquinho espaço da nossa pertença, sobre o nosso controlo.

Como o "fluir " budista se confronta com a nossa soberba racionalista, recorrentemente amesquinhada na sua ignorância preventiva, projectiva e dedutiva, coriácea e inamovível na sua iluminação, os pressupostos com que, sempre em nome da liberdade, ( Qual? A de, do, para....? ) nos confrontamos sempre que enfrentamos as interpretações judicativas, predicativas do real, perto ou longínquo, do Outro, têm sempre a cobri - los um manto de hipócrita soberba, que se estampa na classificação moralista que instrumentalmente exercitamos no confronto escalado com o Outro.

Neste caso, os anti - touradas, como e para todo o universo de contenções classificadas que é o planeta dos sapiens, baseados hoje numa ética antropocósmica de solidariedade com o planeta e os seus viventes, atira para trás das costas a sobrevivência da espécie, já que coberta num véu de Maya, se esconde a futura proibição filosófica e consequencial do consumo da carne, a dos touros, das vacas e de outras espécies.

Confusos?
Eu até concordo com o texto já que, como o S.Pinto o Homem, na sua liberdade plena, nem sempre racional, nem sempre auto - consciente assumirá as consequências das suas acções, quer o queira ou não, sobre a Natureza em toda a sua plenitude, inclusive a sua extinção.

Eu diria que bastava ser... racional na gestão dos seus recursos, sem patetices declamatórias e... moralistas.

P.S. Não sou fã de touradas, apesar de lhes reconhecer uma beleza estética insofismável.

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