quarta-feira, dezembro 31, 2003

Ha em Portugal duas cronistas do Expresso que me atraem,primeiro pelo fascinio que a especie humana me provoca em geral e segundo pelo fascinio intelectual que me provoca o mundo feminino.

Uma delas,de seu nome Ines Pedrosa,que classifica e marginaliza a sua cronica - Cronica feminina-.
A militancia feminista da escritora é arrasadora, nao seus efeitos espero,para os homens.A espaços e subjacente,lavra um desprezo incontido pelo homem e pelas suas imperfeições naturais,passe o paradoxo.

A dureza dos seus ataques aos homens só tem paralelo com o desprezo pelo feminino idealizado por eles, que aprecia a diferença abismal entre as duas especies, digo bem as duas especies.

O poder, a competitividade, a força fisica, a agressividade sexual, o universalismo, a cumplicidade, o racionalismo, categorias estereotipadas que definem a grosso o mundo masculino, são sistemàticamente zurzidas na escrita de Inês Pedrosa.

O mais espantoso nesse pessimismo em relação ao homem, é que a solução que tem sido proposta pela escritora passa pelo fortalecimento de carácter " tout court ", onde o sonso não tem lugar, portanto e para encurtar,dar o poder as Matriarcas, as depositárias do Poder que lhes foi espoliado . E então, que a sua visão do mundo, objectivamente conservadora e placentária, castradora e infantilizante se estenda aos adultos machos que,de regresso a Mátria, encontre o Mundo perdido.
Aonde é que ja ouvi isso?

Há um paradoxo, contudo.A mudança do mundo far-se-ia pelo uso das potencialidades VIRIS exercidas então pelas mulheres.
Eu cá tenho medo desse futuro.

Por outro lado, a Clara Ferreira Alves, uma humanista que parte de uma realidade incontestável - a imperfeição do Homem - e vai descobrindo em momentos singulares do seu encontro com a vida, homens, mulheres, crianças, situaçoes na guerra e na paz, na cidade, no campo, no literato, no humilde, a marca deixada pelos ensinamentos de outros homens e que vão fazendo a diferença pela única qualidade que ainda vai a tempo de nos salvar na nossa humanidade como espécie: a Compaixao. Uma qualidade sonsa que a nossa matriarca Pedrosa despreza.

A diferença que as mulheres podem e devem trazer ás nossas sociedades moldadas pelos ensinamentos de cólera, vingança, ódio, rancor,será protagonizada pelas Claras e não pelas Pedrosas, espero eu...

-A correcçao faz parte do erro - Pedrosa dixit, e ja errámos demais.
Passe a evangelizaçao, o caminho a seguir não é seguramente o -" atravessar a dor do erro a frio "-, como ela diz, mas pelo contrário, com paixao pelo certo e compaixão redentora pelo errado, apontando sempre para a mudança das circunstâncias que fomentam o ERRO.