domingo, fevereiro 26, 2006

A gratidão dos meus conterrâneos...

No rescaldo das eleições caboverdeanas,www.africaminha.blogspot.com regressou das ilhas aonde foi para, cito, " inspeccionar o terreno, após duias eleições...." e regressou com um dado que já nos tinha sido fornecido pelas urnas, a saber - Pedro Pires tinha ganho democràticamente as eleições para a Presidência da República de Cabo Verde e o PAICV tinha pouco tempo antes esmagado o MPD-partido apoiante de C. Veiga para as mesmas eleições. Estes foram os factos e nestas condições só aceitam interpretações, mais nada. www.africaminha.blogspot.com interpretou e de forma curiosa, a meu ver e sem hostilidade pelo meu lado, ( para lá do facto de Carlos Veiga, homem que conheço bem, pudesse ser um grande P.R e vai sê-lo, como já o disse por altura das eleições ) o facto de P. Pires não ter conseguido o pleno dentro das fronteiras do território nacional e à forma como ISSO o iria diminuir nas suas funções, estigmatizando-o ( suponho que negativamente ) de forma significativa durante o seu mandato, e agora são palavras minhas, aparentemente em desvalorização de tudo o que o Homem possa vir a fazer de bom em relação ao seu e nosso País.

Convenhamos que há um exagero óbvio nessa crítica à priori de um mandato que, para todos os efeitos será DIFERENTE do anterior

Tenho por mim que a votação maciça dos caboverdeanos emigrados prende-se em duas ordens de razão - o mau trabalho do MPD, pela orientação e abordagem da comunidade emigrante, pelo menos em Portugal e a MEMÓRIA ainda fresca da descolonização e dos seus actores na pessoa do ùltimo comandante - Pedro Pires, apesar do seu low-profile e da suavidade de carácter pouco dado a protagonismos mediáticos.
Mas há uma comunidade emigrante que perdeu as eleições. E perdeu porque o seu voto não existe, apesar de todo o apoio que possam eventualmente prestar. E não existe porque o seu voto é de um estrangeiro, portanto, um voto de intenções: caboverdeanos, sem dúvida, como eu, mas cidadãos estrangeiros. Não para Cabo Verde que ainda os espera de peito aberto e que não confunde as suas opções ditadas por necessidades próprias do emigrante que ele conhece bem e aceita.
A votação dos emigrantes acaba por ter uma objectividade que só abona em seu favor, pela maneira intensa e particular como sentiram a nossa independência em contraponto aos indiferentes, aos desdenhosos da nossa capacidade, aos rancorosos e aos hostis. Só isso e também gratidão ao P.Pires pelo seu papel na Historia. Ainda não acabou o seu tempo: só ISSO e é relevante.

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