sexta-feira, janeiro 18, 2008

ESPECIALISTAS


NÃO ENTENDO NADA DE BALLET. TUDO O QUE SEI É QUE, NOS INTERVALOS, AS BAILARINAS CHEIRAM MAL COMO OS CAVALOS. A. TCHEKHOV

É no mínimo estranha essa convergência de interesses no que ao SNS concerne, entre a corporativa e elitista classe médica e as massas. Essa aliança contra- natura que me lembra da outra, onde o acrisolado amor pela celeridade da Justiça tem sido partilhado estranhamente pelos advogados e pelo Ministério Público.

Já se sabia que o PS actual se iria confrontar com uma resistência feroz, quando decidiu acabar com ilegítimos interesses instalados em Portugal atacando as corporações e a sua clientelar e protegida prole.

Só quem tenha memória curta, porque quanto à ignorância eu dou um certo desconto, é que não se lembra da luta hercúlea de Arnault para implantar em Portugal as raízes do SNS e da resistência e combate contra a chamada " comunização " da Saúde reclamada pela classe médica de então ( ainda estão no activo, provávelmente na Ordem ).

Deixemo- nos de tretas - Portugal só não tem médicos suficientes porque esses senhores através de simpatizantes, como Cardia, criaram mecanismos, como o famigerado numerus clausus e notas altíssimas de admissão às Faculdades de Medicina, que protegessem o seu mercado da inundação de médicos que iriam fatalmente baixar - lhes os lucros de tão apetecido mercado. Aliás, é exactamente o mesmo o que se está a passar actualmente com os jovens advogados. Como não foi possível barrar-lhes a entrada nas Faculdades criam-se agora normas várias, pela Ordem que os devia proteger, no sentido de retardar, no mínimo, a sua entrada no mundo florescente dos negócios da LEI.

PROIBIDO MORRER EM PORTUGAL - decreta-se nas reuniões partidárias numa patética demonstração de má - fé feita política em que por cada habitante falecido em Portugal pedem-se satisfações ao Governo como se quem o faz se tenha libertado do fardo da responsabilidade de fazer BEM o que É da sua OBRIGAÇÂO.

À arrogância científica, a classe médica quer acrescentar conhecimentos superiores de Gestão, esquecendo-se da impertinência e inconsequência do argumento, mormente perante o actual Ministro da Saúde.

NUNCA em Portugal uma reforma teve sucesso unânimemente reconhecido.. Nem na Educação, nem na Saúde, nem na Administração Pública, etc, etc, etc, porque nenhum Governo teve a coragem de as encetar e levar por diante perante a resistência da INCOMENSURABILIDADE DE ESPECIALISTAS QUE ESTE PAÍS POSSUI EM TODAS AS ÁREAS, INCLUSIVE A AEROPORTUÁRIA.
O que nos tem valido é que HÁ POUCOS ESPECIALISTAS MILITARES, senão já teríamos invadido a ESPANHA.

JÁ NÃO HÁ PACHORRA, NEM PARA OS VELHOS DE RESTELO!


P.S. A actualização deste post foi suscitada pela entrevista do ex - presidente da República, Jorge Sampaio dada à Revista do Expresso.

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