Continua a ser a economia...

Perante os números avançados noExpresso de ontem, relativos à Saúde dos portugueses, haverá quem instintivamente, veja nesse facto o " perigo " que corre o SNS e o dedo de Sócrates nesse, para mim, aparente descalabro.

" Neste momento a ( Saúde ) privada já tem metade das consultas médicas, 25% dos internamentos, 15% das camas e 5% dos episódios de urgência.... Quem paga são sobretudo as Seguradoras. Há 1.7 milhões de benificiários de seguros de Saúde...Muitos dos médicos de topo estão a ser aliciados para o sector privado..."

Nada de novo, portanto, numa economia de mercado. A "calamidade" corrigir - se á naturalmente.
Se há quem tenha capacidade para pagar Saúde e Educação de melhor qualidade ( isso é válido para tudo no nosso sistema, do funeral às putas ) que o faça, abandonando o SNS, desengrossando as listas de espera para os cidadãos que, de facto PRECISAM dele.

É exactamente por causa dessas e doutras " batotas " cívicas, como a existência de 10 mil milhões de euros dos privados em off - shores quando deviam estar aqui a ajudar na criação de empregos, que eu desprezo a lamúria militante e batoteira que por aí alastra como uma praga atávica deste povo.

O Estado, o contribuinte, com o seu imposto deve exigir solidariedade para quem de facto precisa e não para uma classe que pode pagar e esgotar anualmente os voos para o Brasil e Tailândia em mini e maxi férias nórdicas em busca do Sol.

Sócrates terá de peneirar mais, fazer passar pelo crivo dos números os factos denunciadores de uma realidade escondida e falseada pelo ruído de hipócritas necessidades.